Imigrantes
Venezuelanos chegam a Santa Catarina para trabalhar em empresa no Oeste
Grupo com 88 venezuelanos estava em Roraima e foi trazido para Santa Catarina após seleção de indústria
by Lucas ParaizoOs 88 venezuelanos que desembarcaram no aeroporto de Chapecó nesta quinta-feira (13) à tarde terão ajuda para se estabelecer em Santa Catarina pelos próximos meses. Eles vão começar a trabalhar em breve em uma indústria no Oeste catarinense, na cidade de Seara, onde foram selecionados para atuar na linha de produção de um frigorífico. Vindos de Roraima, os imigrantes foram trazidos para o Sul com base em um projeto de interiorização dos estrangeiros que cruzam a fronteira da Venezuela com o Brasil.
A ação foi organizada pelo projeto “Acolhidos por meio do trabalho”, promovido pela Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), que faz a gestão de oito abrigos com os venezuelanos que chegam no Brasil por Roraima. A entidade mantém contato com empresas parceiras que sinalizam as oportunidades de trabalho em aberto.
— As empresas passam a vaga e nós fazemos um primeiro contato com as pessoas que têm interesse, o perfil da vaga, etc. É um processo de recrutamento normal, como qualquer vaga para um brasileiro. A empresa faz entrevistas por telefone ou até pessoalmente se alguém for enviado até Roraima, e se a pessoa é selecionada e quer mesmo ir é organizado o transporte em voos em parceria com o exército — explica a gerente especial do projeto na AVSI, Thaís Braga.
Em Santa Catarina os venezuelanos terão acompanhamento da entidade por até três meses. Todos chegam com moradia garantida em casas alugadas e recebem também auxílio de assistentes sociais:
— Ajudamos na hora de alugar a casa, comprar os primeiros móveis, e temos assistentes sociais que dão auxílio no local. Essas pessoas chegam em situação de extrema vulnerabilidade no Brasil, então esse empurrãozinho inicial é muito importante — destaca Thaís.
O grupo que chegou em Chapecó é o primeiro do projeto da AVSI. Dos 88 que desembarcaram, 68 já estão aptos a trabalhar na indústria em Seara, enquanto os outros são familiares que vieram junto na viagem. Todos estão com a documentação e vacinas em dia, segundo a entidade, e vão morar em Seara e Xanxerê.