Homilia

Papa: guardar no coração quem nos acompanha no caminho da vida

Na missa desta sexta-feira, 14, Francisco convidou os fiéis a recordarem pessoas que se tornaram da família; “Hoje é um dia para agradecer e pedir perdão”, afirmou

Da redação, com Vatican News

O Papa Francisco celebrou a missa nesta sexta-feira, 14, na capela da Casa Santa Marta. Em sua homilia, o Pontífice se inspirou em uma funcionária do local, Patrícia, que acaba de se aposentar. O Santo Padre fez um “ato de memória, de agradecimento” e falou do calor da Casa Santa Marta, de uma “família ampla”, feita de pessoas que o acompanham no caminho da vida e que todos os dias trabalham ali, com dedicação e cuidado.

A homilia narrou a cotidianidade da Casa Santa Marta, a residência do Papa. Francisco deu destaque à família, não apenas “pai, mãe, irmãos, tios e avós”, mas à família alargada, feita de pessoas que acompanham as outras no caminho da vida.

Sobre a aposentadoria da funcionária Patrícia, o Pontífice observou: “Isso fará bem a todos nós que moramos aqui, pensar nesta família que nos acompanha; e a todos vocês que não moram aqui, pensar em tantas pessoas que os acompanham no caminho da vida: vizinhos, amigos, companheiros de trabalho, de estudo… Nós não estamos sós. O Senhor nos quer povo, nos quer em companhia; não nos quer egoístas: o egoísmo é um pecado”.

O Santo Padre recordou a generosidade de tantos companheiros de trabalho que cuidaram de quem adoeceu. Por trás de cada nome, há uma presença, uma história, uma permanência breve que deixou uma marca, afirmou Francisco. “Penso na Luísa, penso na Cristina, na avó da casa, Irmã Maria, que entrou para trabalhar jovem e que ali decidiu se consagrar”, recordou o Papa.

Ao lembrar de sua família “alargada”, o pensamento do Pontífice se dirigiu também a quem não está mais: “Miriam, que foi embora com seu filho; Elvira, que foi um exemplo de luta pela vida, até o fim. E outros ainda que se aposentaram ou foram trabalhar em outro lugar. Presenças que fizeram bem e que, as vezes, é difícil deixar”.

“Hoje nos fará bem, a todos nós, pensar nas pessoas que nos acompanharam no caminho da vida, como gratidão, e também como um gesto de gratidão a Deus. Obrigado, Senhor, por não nos abandonar. É verdade, sempre existem problemas, e onde há gente, há fofocas. Inclusive aqui dentro: se reza e se faz fofoca, ambas as coisas. E algumas vezes também se peca contra a caridade”, frisou.

Pecar, perder a paciência e, depois, pedir desculpa. Assim se faz na família, revelou Francisco. “Eu gostaria de agradecer pela paciência das pessoas que nos acompanham e pedir perdão pelas nossas faltas”, sublinhou o Papa, que completou:

“Hoje é um dia para agradecer e pedir perdão, do coração, cada um de nós, às pessoas que nos acompanham na vida, por um pedaço da vida, por toda a vida … E gostaria de aproveitar desta despedida de Patrícia para fazer com vocês este ato de memória, de agradecimento, e também pedir perdão às pessoas que nos acompanham. Cada um de nós o faça com as pessoas que habitualmente o acompanham. E àqueles que trabalham aqui em casa, um ‘obrigado’grande, grande, grande. E à senhora, Patrícia, que comece esta segunda parte da vida com mais 40 anos!”.