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Neeleman: "Pagámos prémios e vamos continuar a pagar prémios" na TAP

David Neeleman, em entrevista ao Observador, garante que a TAP vai continuar a pagar prémios. O principal acionista da transportadora diz, por outro lado, não estar "nada preocupado com os prejuízos destes anos porque sei que vamos começar a fazer dinheiro".

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David Neeleman, principal acionista da TAP, diz não estar preocupado com os prejuízos que a transportadora tem tido, porque acredita que terá bons resultados futuros. Assume, ainda, em entrevista ao Observador, que vai manter os prémios que em 2019 causaram polémica inclusive com o Governo a dizer que tinha sido uma quebra de confiança da empresa por não ter informado o Estado, seu parceiro acionista, de que iria pagar 1,17 milhões de euros de prémios a 180 trabalhadores.

Mas deixa já o recado: "Todas as companhias pagam prémios de desempenho, é a fórmula consagrada em todo o mundo para gerir quadros de forma mais eficiente, e é assim que a queremos gerir para estimular as performances individuais. De resto, a TAP sempre pagou prémios e nos últimos 41 anos só deu lucro uma vez. E pagava prémios quando era 100% pública e isso nunca foi um problema". O mesmo responsável reforça: "Pagámos prémios e vamos continuar a pagar prémios".

Mesmo com prejuízos. Mas David Neeleman não se mostra preocupado com esses valores. "Não estou nada preocupado com os prejuízos destes anos porque sei que vamos começar a fazer dinheiro e que a companhia é hoje muito mais saudável", realça, salientando que "não se corrige tudo o que estava mal em apenas três ou quatro anos, leva tempo. Mas estamos no bom caminho".

Na espera de bons resultados, David Neeleman avança ainda que "fazer um IPO (oferta pública inicial, ou a dispersão em bolsa) talvez possa acontecer no início do próximo ano, num prazo de seis a doze meses, pois os resultados estão cada vez melhores e temos uma história bonita para contar".

Também sobre este ponto, recentemente, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, com tutela sobre o setor da aviação, salientou que a dispersão em bolsa não está "neste momento no nosso horizonte", realçou em entrevista ao Expresso, na qual revelou preocupação com os prejuízos da transportadora: "claro que são um motivo de preocupação. É talvez a empresa que tutelamos em que temos a maior preocupação. A dimensão dos prejuízos é muito relevante. Estamos apreensivos, mas, ao mesmo tempo, confiantes de que a estratégia começará a produzir resultados no breve prazo". 

O principal acionista da TAP não tem dúvidas: "a TAP é hoje uma companhia melhor do que era quando foi privatizada. Ninguém foi prejudicado pela privatização, todos ganharam".