Nascem rebeldes: as diferentes personalidades dos filhos

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Imaginemos uma família de caçadores-coletores há milhares de anos. Seu modo de vida vai mudando de um lugar para outro, sobrevivendo do que encontram, inclusive carniça. Na hora de sobreviver e evoluir, o que é melhor? Ter três filhos com o mesmo caráter, competindo para ver qual deles caça melhor? Ou ter um filho bom caçador, um segundo bom observador da natureza que saiba qual planta é comestível e outro filho muito amável e bem dotado para manter relações com outros grupos de caçadores que possam pedir quando a comida lhes falta? A natureza promove a variedade de personalidade dos filhos. É uma garantia de sobrevivência de nossa espécie. A ordem de nascimento é fundamental para a sobrevivência e para forjar a personalidade.

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A estratégia dos filhos para competir.

Desde há milhares de anos, a seleção natural deu estratégias para que os filhos compitam entre si pelos favores dos país. O choro, os sorrisos, fazer com que se sintam culpados e até atitudes auto-destrutivas, são as mais usadas. Os pais dizem que tratam os filhos igualmente. Os filhos os veem de outra perspectiva, quase sempre falam que há diferenças no tratamento dos irmãos.

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A rivalidade entre irmãos.

A opinião de que a rivalidade existente entre irmãos é fruto de erro de criação cometido pelos pais está incorreta. A competição existe há milhares de anos e não desaparecerá. Ela também promove a criatividade e demarca os limites daquilo que é aceitável.
A típica frase "criei meus filhos igualmente" não é correta. E nem seria bom que fosse correta. Cada filho tem uma personalidade e, portanto, necessidades diferentes. Temos que ajudá-los a crescer, mas cada um à sua maneira. As ciências já cansaram de demonstrar que é melhor dedicar recursos para potencializar suas habilidades do que tentar melhorar suas debilidades. Temos que investir nos filhos de maneira seletiva.

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A identificação.

Há estudos que mostram fenômenos chamados de identificação. Por exemplo, se meu irmão mais próximo (principal competidor) de meu pai, eu preferirei minha mãe. Mas isso não é fixo. Inverte muitas vezes. Produz um padrão em zigzag em muitos aspectos nas relações com os pais.

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Rebeldes de nascimento.

Há um amplo estudo feito pelo norte americano Franklin Sulloway mostrando que a maioria das revoluções da história e das causas perdidas foram apoiadas por irmãos menores que combatiam um irmão primogênito. Na história do Ocidente, Sulloway fez estudo de 121 dos principais acontecimentos históricos. 28 eram revoluções científicas, as demais eram políticas. Os irmãos menores tinham o dobro de probabilidade de apresentar a alternativa mais radical.

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Primogênito conservador, mais novo radical.

Os primogênitos tendem a ser considerados pelos pais e irmãos como disciplinados e prudentes. Os do meio não se parecem com os pais e nem com os irmãos. Tendem a ser mais agradáveis e ter melhores relações de amizade. Os menores tendem a ter um pensamento inovador ou radical. Essa diferença já vem desde a fila para pegar os alimentos na mesa, são os últimos. Copérnico, Darwin e Descartes são alguns dessa turma. Estão acostumados a mudar de estratégias e a provar coisas novas. Se identificam mais com os desvalidos e com as causas igualitárias.

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