População faz filas para comprar botijões de gás a R$ 40
A comercialização de botijões de gás de cozinha com preços populares mobiliza a população em frente da sede da Petrobras, no bairro de Cidade da Esperança, na zona Oeste de Natal, desde o início da manhã desta sexta-feira, 14. Ao todo, 300 botijões de GLP foram disponibilizados para a venda ao preço de R$ 40. Promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, a ação faz parte de uma campanha da categoria pela permanência da estatal no RN.
Créditos: Anthony MedeirosBotijões de gás estão sendo vendidos pelo sindicato, por R$ 40, nesta sexta-feira (14)
A categoria determinou o limite de um botijão de gás por pessoa e a comercialização era feita apenas mediante entrega de outro botijão vazio. O cidadão chegava ao local, pegava a fila, efetuava o pagamento e recebia uma ficha para ordenamento na entrega dos botijões.
A procura começou cedo e populares começaram a chegar ao local às 6h, mas não houve tumultos. De acordo com a categoria, o preço do botijão de gás em Natal fica entre 65 e 75 reais. A diferença em relação ao preço comumente praticado foi subsidiada pelos trabalhadores petroleiros.
Alexandre da Silva, 37, é mecânico e chegou ao local após as 8h e elogiou a ação. "É importante essa situação. A gente vê o quanto faz a diferença no final do mês, por isso vem aqui", exemplifica, afirmando que saiu do bairro Dix-Sept Rosado com mais dois familiares para aproveitar as condições.
Campanha
De acordo com a categoria, a Campanha dos Combustíveis a Preço Justo busca mostrar à população que a política de preços adotada pela Petrobras para os combustíveis, seja gasolina, óleo diesel ou gás de cozinha, pesa muito no bolso do consumidor. Desde 2016, os preços dos combustíveis no Brasil seguem as variações do mercado internacional. Com isso, ficam vulneráveis a crises no exterior, como a do início do ano entre o Irã e os Estados Unidos. O quadro se agrava com o dólar, que já chegou a R$ 4,35.
Além da política de preços, a Petrobras vem reduzindo o uso de suas refinarias. Há seis anos, as refinarias da empresa operavam com 95% de capacidade. Hoje esse número está em torno de 70%. Com isso, o país está importando mais combustíveis e ficando ainda mais exposto ao mercado internacional. E a situação deve piorar, já que a empresa está vendendo oito de suas 15 refinarias, diz a FUP.