Coronavírus: região de Campinas tem três casos suspeitos

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São dois casos investigados em pacientes adultos de Paulínia e de uma criança em Americana

Na China, doença já contaminou mais de 9,6 mil pessoas (Foto: Reuters/Folhapress) 

A cidade de Paulínia está investigando o segundo caso suspeito de coronavírus na cidade. Trata-se de uma enfermeira, de 30 anos, que trabalha no Hospital Madre Theodora, em Campinas. Americana também confirmou que investiga uma criança como suspeita. No total, a RMC (Região Metropolitana de Campinas) de Campinas tem três casos em investigação.  

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Segundo informou a assessoria de imprensa da Prefeitura, a mulher já está em isolamento domiciliar, assim como toda sua família. Ela teria contraído a doença por ter tratado do empresário de 45 anos, também de Paulínia, que manifestou sintomas da doença e passou pelo Madre Theodora. Ele esteve em Pequim, na China, recentemente.

"É uma profissional de saúde que participou do primeiro caso suspeito neste hospital privado particular. Portanto, a manifestação sintomatológica respiratória classifica ela no contato e com sintomas para ser caso suspeito", disse o secretário de Saúde de Paulínia, Fábio Alves. 

Ainda segundo Alves, a enfermeira já colheu as amostras de secreções das vias aéreas superiores e fez exame de sangue na manhã desta sexta. Ela está sendo monitorada para avaliar a evolução dos sintomas, assim como seu marido. A mulher está ainda em condição de isolamento auxiliar. O marido dela não apresentou sintomas - por isso não é considerado caso suspeito. O casal não tem filhos. 

COMITÊ DE GESTÃO

A Secretaria de Saúde de Paulínia também informou que ao longo desta sexta-feira (31) criou um comitê de gestão para acompanhar ambos os casos.

Uma equipe composta por profissionais da Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica visitou todas as unidades da rede municipal de Saúde, para informar como os servidores deverão proceder caso algum munícipe compareça no local com os sintomas.

Também foi estabelecido um protocolo de atendimento para as Unidades Básicas de Saúde e para o Hospital Municipal de Paulínia. Haverá reforço na Vigilância Epidemiológica do Hospital Municipal.  

O Hospital Madre Theodora foi procurado e também se posicionou sobre o caso. Em nota, o Hospital diz que as notificações de casos suspeitos de coronavírus são realizadas às secretarias municipais e estaduais de saúde.  

"Por recomendação do Ministério da Saúde, informações sobre as notificações recebidas devem ser consultadas diretamente com esses órgãos ou acompanhadas nos boletins diários realizados pelo Ministério da Saúde", diz a nota.

O OUTRO CASO

O empresário de 45 anos de Paulínia também suspeito de portar o coronavírus encontra-se com quadro estável. Em Campinas, ele passou por exames laboratoriais e o material colhido foi enviado para Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O resultado dos exames pode levar até 15 dias para ficar pronto.

DESCARTOU

Hoje também foi descartado o caso do menino de 6 anos que foi notificado como caso suspeito de coronavírus na capital, já que os resultados dos exames apresentaram positividade para Influenza.

Até o momento, não há caso confirmado de coronavírus nem em São Paulo, nem no Brasil. Os dados oficiais estão sendo registrados pelos municípios em um sistema de notificação do Ministério da Saúde. Eventuais novos casos suspeitos ou confirmados, são divulgados diariamente pela Secretaria.  

SEM PÂNICO

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben, acompanhou o caso de Paulínia de perto e afirmou que os sintomas apresentados pelo empresário foram brandos e, por isso, a recomendação foi encaminhá-lo para ficar em isolamento em sua própria casa. "A suspeita foi levantada pelo hospital que entrou em contato com a Vigilância de Campinas. Nós trabalhamos de maneira conjunta com o centro de emergência em epidemiologia e foi considerado caso suspeito por causa da viagem à China em tempo hábil de ser suspeito", explicou a diretora.

Ela destacou que não há motivo para pânico e lembrou que o uso desse tipo de material é para pessoas que vão até a China ou se tem contato com outras pessoas que estão com a suspeita. No mais, não há necessidade. "A recomendação de precaução existe principalmente para os profissionais da Saúde. Não há motivo para pânico, todas as medidas possíveis a secretaria já adotou e as pessoas não precisam de nada além do que a saúde já está fazendo", disse Andrea.

Nesta semana a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou uma nota recomendando que todos os trabalhadores de portos, aeroportos e áreas de fronteiras usem máscara cirúrgica em uma tentativa de evitar contágios do coronavírus. A recomendação do uso de máscaras vale para quando não houver informação de casos suspeitos nos voos e navios que chegam. 

CAMPINEIROS NA CHINA

Nessa semana o ACidade ON conversou com moradores de Campinas que estão estudando em uma cidade na China vizinha de onde o vírus se originou.

DICAS DE PREVENÇÃO

- Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
- Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
- Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
- Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.

NO MUNDO

Autoridades da China informaram que 213 pessoas morreram após contrair o coronavírus, e que o número de infecções confirmadas ultrapassou 9.600.

O número de casos está se elevando também fora da China continental. Mais de 120 casos de infecção foram constatados em mais de 20 países e territórios. A Itália acabou de confirmar os dois primeiros casos, ambos de turistas chineses.

Até agora, há suspeita de casos de transmissão do vírus entre pessoas no Vietnã, em Taiwan,no Japão, na Alemanha, França e nos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde declarou a epidemia emergência global, em uma tentativa de evitar que o vírus se alastre ainda mais além das fronteiras.

Esta é a sexta vez que a organização toma essa medida, que foi colocada em prática, entre outras, durante a gripe suína em 2009, a proliferação da poliomielite em 2014, e a epidemia do vírus Ebola em 2019.