"Marcar reunião para depois do dia 6 é brincar com a negociação"
Mário Nogueira, da FENPROF, diz que é "inaceitável" que o Governo de António Costa marque uma reunião com os professores depois da votação do OE2020.
by Notícias Ao Minuto"É inaceitável!", diz Mário Nogueira, depois de o Governo ter marcado uma reunião com os professores para dia 10 de fevereiro, quase uma semana depois da votação do Orçamento do Estado de 2020 (OE2020).
As palavras do secretário-geral da FENPROF foram ditas à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, no fim da greve da Função Pública, que esta quinta-feira encerrou 90% das escolas públicas do país.
"[Esta reunião] é apenas para dizer aos sindicatos que alterações que houve. Ora nós não precisamos de reunião para dizer, porque as reuniões de negociação são para negociar. Portanto, marcar uma reunião para depois do dia 6 é brincar com a negociação e isso é inaceitável!", explicou.
Para Mário Nogueira, o Governo está a "brincar" com os professores e, ao mesmo tempo, "a pressionar à Esquerda".
"A marcação [da reunião com os professores] para dia 10 é, sobretudo, para pressionar os partidos à Esquerda do partido do Governo. Porque o que [o Executivo] vai tentar fazer é, se o Orçamento for aprovado, dizer aos trabalhadores que aumentar é o que é mas também teve o aval dos outros e, por outro lado, se o Orçamento não for aprovado é para dizer que nem três décimos dá porque chumbaram o Orçamento. O Governo está a usar uma coisa que é importante para os trabalhadores que é o aumento salarial para tentar pressionar os outros partidos o que, aliás, não é novo", atirou Mário Nogueira, recordando a crise política do passado mês de maio, durante a qual o primeiro-ministro, António Costa ameaçou demitir-se caso o Parlamento aprovasse, em versão final e global, o decreto dos professores.
Durante a mesma intervenção, Mário Nogueira aproveitou para confirmar que estiveram, durante o dia de hoje, encerrados cerca de 90% dos estabelecimentos de ensino públicos e que, "relativamente aos professores e às taxas de adesão entre 75% e 80%, pelo menos da parte da manhã, estiveram em greve", assegurou.
Leia Também: Mais de 90% das escolas encerradas criam o 'Dia de Portugal sem Aulas'