“Clientes da Unick deveriam ter vergonha”, diz juiz ao indeferir processo
by Matheus HenriqueO caso da Unick Forex já mais do que conhecido no criptomercado brasileiro. Muita gente argumenta que os clientes prejudicados pela empresa não deveriam ser considerados vítimas e sim cumplices no esquema de pirâmide. Agora, não é apenas os críticos da empresa que não estão 100% do lado dos clientes prejudicado. O Juizado Especial Cível de São Borja, acredita que os clientes deveriam ter notado que a Unick era um grande golpe.
Segundo o site LiveCoins, ao indeferir um pedido de indenização, o juiz criticou a postura da vítima em relação ao golpe. Segundo o site de notícias, o juiz disse que a cliente deveria ter vergonha de tornar público que caiu no conto do vigário.
De acordo com a notícia, o juiz argumentou que, com todas as ferramentas de pesquisa disponíveis na internet, a investidora ainda insistiu em investir em uma empresa que já tinha sido apontada com fraudulenta em muitos portais de notícias (assim como no Guia do Bitcoin).
A autora do processo acusou a empresa de tê-la engado com promessas de ganhos diários que iam de 1,5% a 3%, além da promessa de dobrar o capital investido em um prazo de seis mesas. Não foi revelado a quantia investida, mas os rendimentos nunca foram entregues, assim como o dinheiro raiz que foi perdido.
Com isso, a investidora acionou a Unick Forex na justiça. No processo, de número 9001111-47.2019.8.21.0030, ela pediu o bloqueio e ressarcimento dos valores que investiu, também exigiu que o seu dinheiro fosse devolvido em dobro. No entanto, ao receber o pedido, no entanto, o juiz responsável pelo caso o negou.
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O processo foi indeferido porque para o Juiz, a investidora teve todas as oportunidades de pesquisar sobre a empresa e que a empresa venha sendo acusada de ser um esquema de pirâmide há muito tempo. O juiz também destacou que a empresa tinha sido sinalizada como irregular pela CVM, mas que mesmo assim a autora foi seduzida pela promessa de dobrar seu capital.
“Quando a oferta é demais, até o santo desconfia. Atraída a parte pela ganância de dobrar o capital em 06 (seis) meses, uma vez que o rendimento mínimo seria de 45% ao mês, na pior hipótese, e de 90% ao mês, na melhor hipótese, optou por entregar seu capital a uma empresa desconhecida chamada Unick Forex.”
Outra parte da decisão afirma que a investidora deveria ter vergonha de tornar público a sua situação.
Quis apostar numa empresa desconhecida que ofertava rendimentos de 1,5 a 3,% ao mês e, com isso, perdeu o que investiu, não há que se falar em indenização de ordem moral.
Deveria ter vergonha de tornar público que caiu no conto do vigário, já em 12/11/2017 havia site informando que a Unick era uma fraude: https://tenhodividas.com/unick-fraudealerta, ocasião em que informou: não seja o próximo otário a cair na fraude unick.”
Um detalhe interessante é que procurar a justiça para exigir uma indenização da Unick é “legalizar o ilegal”.
“A ganância é tanta que, mesmo sabedora da fraude financeira e de toda a repercussão, a parte autora ainda pede o cumprimento da oferta, ou seja, quer que o estado torne legal a oferta ilegal e, principalmente, que a equipare a consumidora.”
Por fim, a decisão finaliza indeferindo a gratuidade judiciária.
“Por fim, indefiro a gratuidade judiciária postulada.com efeito, quem possui dinheiro sobrando para colocar nesse tipo de pirâmide financeira, certamente não condiz com a figura de hipossuficiente, pobre, necessitado, especialmente em razão ao valor aplicado.”
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