Brexit: Divórcio feito, recomeça a negociação

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Ao som da gaita-de-foles, eurodeputados britânicos eleitos pelo Partido Brexit abandonaram o Parlamento Europeu, a 31 de janeiro, último dia da presença do Reino Unido na União Europeia.

"É claro que os eurodeputados do Partido Brexit estão rejubilantes, mas também profundamente aliviados. Houve um tempo em que pensei que este dia não chegaria. Mas chegou e passaremos a ser livres", disse Ann Widdecombe, eurodeputada britânica eurocética.

Menos felizes com o capítulo que se encerra ao fim de 47 anos estão os presidentes das três principais instituições da Uniâo Europeia, que se reuniram numa pequena cerimónia no Parlamentarium. A chefe do executivo europeu deixou um alerta.

"O Reino Unido passará a ser um país terceiro. Entre todos os países terceiros, apenas aqueles que respeitam as regras do mercado único podem obter todos os benefícios do mercado único. Unindo forças podemos ser otimistas. Não estamos pessimistas, mas determinados", afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Período de 11 meses de transição

A partir de 1 de fevereiro começa o período de transição, durante o qual o novo relacionamento deve ser negociado em apenas 11 meses, segundo o desejo do Reino Unido.

"É possível obter um acordo dentro de um ano, poderá ser muito rápido se for baseado no acordo entre a União Europeia e o Japão, que foi o mais recentemente assinado. No entanto, é de facto pouco tempo para se chegar a acordo sobre disposições ambiciosas no sentido de ter uma cooperação mais profunda com a União Europeia ", explicou Helena Ralus, jurista da Sociedade de Advogados do Reino Unido.

Os partidários do Brexit nao querem nem ouvir falar de prolongar essa negociação. O Reino Unido pode pedir o prolongamento apenas uma vez, e este poderá ser por um ou dois anos. Um Brexit desordenado não está descartado.