Adolescentes são vítimas de racismo em Transcol e passageiros exigem que ônibus siga para DPJ

Testemunhas contaram que os adolescentes são vendedores ambulantes e estavam vendendo amendoim dentro do coletivo

Dois adolescentes foram vítimas de racismo, na manhã desta sexta-feira (31), dentro do ônibus da linha 559 do sistema Transcol, segundo passageiros do veículo. Após a confusão, os próprios ocupantes exigiram que o coletivo seguisse para a delegacia.

De acordo com testemunhas, os adolescentes são vendedores ambulantes e estavam vendendo amendoim dentro do coletivo. Em determinado momento, um deles percebeu que uma mulher estava sentada, indevidamente, em um assento preferencial, enquanto uma outra estava em pé, com uma criança de quatro anos.

Uma das vítimas teria pedido que a mulher saísse do assento preferencial, para dar lugar a mulher que estava com a criança. Neste momento, segundo as testemunhas, a suspeita começou a desferir injúrias raciais contra o vendedor.

Para a equipe da TV Vitória/Record TV, a suspeita disse que "foi ofensa contra ofensa" e relatou que explicaria o que aconteceu em depoimento ao delegado. Os passageiros presenciaram a situação e impediram que o ônibus parasse no terminal de Laranjeiras. As testemunhas exigiram que o coletivo seguisse até o DPJ da Serra, para o registro de boletim de ocorrência.

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que todos os envolvidos na ocorrência foram ouvidos e liberados sem que houvesse autuação em flagrante.

"O crime de injúria racial depende de manifestação por parte da vítima, por meio da representação criminal. Como as vítimas, neste caso, são adolescentes, era necessário que os responsáveis fossem até a delegacia pra proceder com a representação, o que não ocorreu. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso e a conselheira entendeu que não lhe cabia oferecer a representação", complementa a nota.

Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória/ Record TV.