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Gregório Duvivier anda com segurança e cogita sair do país após ataque

"É uma coisa constrangedora, cerceia a liberdade", comentou o humorista

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Um mês depois do atentado contra a sede da Porta dos Fundos, o humorista Gregório Duvivier anda com seguranças e até cogita sair do país. Em entrevista à AFP, ele admitiu ter ficado muito assustado com o crime. "Foi algo muito esquisito, foi no próprio Natal, dia que era para estarmos celebrando em família. Fiquei, claro, muito assustado porque a imagem é assustadora mesmo", disse. Na madrugada de 24 de dezembro, a sede da produtora na zona sul do Rio de Janeiro, foi atacada com coquetéis molotov. "O vigia que estava lá sofreu sério risco de ter morrido", complementou Duvivier.

O Porta dos Fundos tinha sido alvo de várias críticas, principalmente de grupos religiosos e movimentos conservadores, por conta de A Primeira Tentação de Cristo, especial de Natal para a Netflix no qual Duvivier interpreta um Jesus Gay.

Apesar do susto, e do medo, Duvivier disse que está "com uma vontade ainda maior de lutar"  e que sua liberdade é "inegociável". Ele não descarta, no entanto, sair do país. "Se chegar um momento em que eu sentir de fato que as ameaças são serias e algo pode acontecer, vou sair daqui, não faz sentido", pondera.

Ele também se diz pouco confortável por precisar andar de carro blindado e ser acompanhado por seguranças a todo momento. "É uma coisa constrangedora, cerceia a liberdade, mas por outro lado se estão propiciando isso pra gente, temos que aproveitar essa estrutura de proteção", comenta.

"Estou com a impressão de que, nesse caso, a maioria está com a gente. Na internet, não param de chegar inscritos e o canal está mais forte que nunca. Essa onda conservadora barulhenta sabe tacar coquetel molotov, tacar fogo, gritar, mas não é majoritária, é uma minoria barulhenta".