https://files.nsctotal.com.br/s3fs-public/styles/paragraph_image_style/public/graphql-upload-files/WhatsApp%20Image%202020-01-31%20at%2011.32.41.jpeg.jpg?WddhWi65JkGc_77KMP4pIFDaYqUdiE6_&itok=RgkUy_FZ&width=750
Monike e o marido Gustavo moram em Nanjing, na China(Foto: Arquivo Pessoal)
Coronavírus

Efeitos do coronavírus: "As notícias falsas geram muito pânico", diz catarinense que mora na China

Natural de Nova Trento, Monike Motta mora na China com o marido e o filho de sete anos. Epidemia do novo coronavírus já infectou mais de 9,6 mil pessoas no país

by

Ruas mais vazias que o normal, obrigação do uso de máscaras e cuidado com as informações divulgadas. Esse é o cenário que uma família catarinense mostra na China durante a epidemia do novo coronavírus, que já infectou mais de 9,6 mil pessoas somente no país asiático e seus territórios.

Natural de Nova Trento, Monike Motta mora em Nanjing, na província de Jiangsu, com o marido Gustavo Solci e o filho Lorenzo, de sete anos. A família, que morava em Palhoça, está junta na China desde o ano passado, depois que Gustavo passou a trabalhar como preparador de goleiros no país. Ex-jogador de futebol, Gustavo teve passagens por clubes catarinenses como Metropolitano e Brusque.

A cidade onde a família mora registrou somente 25 casos da doença até agora e está a cerca de 600 quilômetros do epicentro do coronavírus na China, na região de Wuhan. Em Nanjing, uma cidade com quase 10 milhões de habitantes, Monike conta que ainda não há quarentena, mas as ruas estão vazias e todos os moradores têm a obrigação de usar máscaras em lugares públicos.

— A orientação do governo que estamos recebendo é evitar lugares com multidão, usar máscaras, lavar as mãos e a qualquer sintoma procurar um hospital. Alguns lugares estão fechados, até porque ainda estamos no ano novo lunar deles, onde a maioria das pessoas viajam para o interior para ficar com suas famílias. Mas a cidade não está totalmente parada — contou Monike em entrevista ao NSC Total.

Os três têm ficado em casa e saem apenas para o necessário, em idas ao mercado. Monike e o filho estão com passagem comprada para o Brasil nas próximas semanas e, por enquanto, ainda não receberam nenhum aviso sobre cancelamento ou adiamento por parte da companhia aérea.

Segundo Monike, o governo está tentando manter os moradores calmos e atualizados sobre todas as informações envolvendo a epidemia do novo coronavírus. O problema são os boatos e notícias falsas que rodam pela internet e causam pânico.

— Aqui na China eles controlam tudo, nossos aplicativos de conversa, quem passar notícia falsa pode até ser preso. Mas circulam vídeos de pessoas caindo no chão, morrendo. Essa não é a nossa realidade. As pessoas estão comprando comida, mas os mercados estão repondo tudo, não está faltando nada nas prateleiras, nem as máscaras — afirma a catarinense.

https://files.nsctotal.com.br/s3fs-public/styles/paragraph_image_style/public/graphql-upload-files/WhatsApp%20Image%202020-01-31%20at%2011.32.42.jpeg.jpg?PVbWXOeBTN2T1t8f_fcHoX8VII56svfO&itok=Kh2BQOx7&width=750
Monike e o filho de sete anos têm passagem comprada para visitar o Brasil em fevereiro(Foto: Arquivo pessoal)

Situação do coronavírus

O boletim mundial mais recente sobre o coronavírus, nesta sexta-feira (31), aponta 9,7 mil casos confirmados no mundo inteiro, sendo 9,6 mil na China. Já foram confirmadas 213 mortes, todas na China. O Brasil trabalha com nove casos suspeitos, segundo o Ministério da Saúde, mas nenhum foi confirmado até agora.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) que o coronavírus já é uma "emergência de saúde internacional".

Em Santa Catarina há um caso suspeito em Brusque, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), de um homem que voltou de viagem à China e apresentou sintomas de gripe.