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Pires de Lima paulo pimenta

Pires de Lima desafia novo líder a retirar confiança política ao vice Abel Matos Santos

Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), e eleito para a comissão executiva do CDS, defendeu, de 2012 a 2015, várias posições, em que elogiou Salazar e a PIDE.

O ex-vice-presidente do CDS-PP António Pires de Lima exigiu nesta sexta-feira ao novo líder do partido que “retire a confiança política” ao dirigente Abel Matos Santos, dada a “gravidade das declarações” que fez sobre Salazar e Aristides Sousa Mendes.

“Peço ao dr. Francisco Rodrigues dos Santos que tenha uma posição clara nesta matéria, retire a confiança política ao dirigente Abel Matos Santos pela gravidade das declarações que proferiu e que, como consequência, Abel Matos Santos deixe de fazer parte do órgão da direção do partido”, pediu António Pires de Lima.

Em declarações à agência Lusa, o antigo ministro da Economia recordou que “já se passaram mais de 48 horas desde que foram tornadas públicas as declarações do dirigente Abel Matos Santos sobre a polícia política PIDE, o dr. Oliveira Salazar e as desqualificações ao dr. Aristides Sousa Mendes e à forma como se comportou na II Grande Guerra Mundial, ao salvar milhares de judeus”.

“Creio que é exigível ao presidente do partido, ao dr. Francisco Rodrigues dos Santos, uma posição clara”, salientou António Pires de Lima, acrescentando que “as declarações” de Abel Matos Santos “ofendem a memória democrática do CDS e a sua presença nos órgãos sociais do partido é um grande embaraço para todos os militantes” do partido.

Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), e eleito para a comissão executiva do CDS, defendeu, de 2012 a 2015, várias posições, em que elogiou Salazar e a PIDE e apelidou de “agiota dos judeus” o cônsul de Portugal em Bordéus Aristides Sousa Mendes, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.

Matos Santos reagiu à polémica, sem negar a autoria das frases, e ao semanário Expresso afirmou que “expurgar frases desses textos e descontextualizá-las não é um exercício sério”.