Coronavírus: busca por máscara explode em Campinas

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Ela destacou que não há motivo para pânico e lembrou que o uso desse tipo de material é para pessoas que vão até a China

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Loja especializada já não tem máscaras para vender. (Foto: Reprodução EPTV)

O caso suspeito de coronavírus em Paulínia informado ontem pelas autoridades de Saúde ligou o alerta na região de Campinas e muita gente que vai viajar para fora do país está atrás de modos de se proteger. Entre os itens mais buscados estão as máscaras de proteção respiratórias e óculos de proteção. Segundo lojas do seguimento, nos últimos dias houve um aumento de 90% na procura pelos dois itens em Campinas.

O caso suspeito na região de Campinas é de um homem de 45 anos que chegou recentemente da China. Ele apresentou sintomas como febre e dificuldade de respirar e procurou uma unidade médica particular em Campinas. No hospital foram colhidos exames encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O que deve levar 15 dias. O paciente foi liberado e está em isolamento em sua casa na cidade de Paulínia. Autoridades afirmaram que não há motivo para pânico (leia mais aqui).

SEM ESTOQUE  

Em uma loja de itens médicos de Campinas que vende a máscara de proteção ontem, chegaram 500 e, em menos de seis horas, todas foram vendidas. Entre os compradores estão duas empresas de São Paulo que estão com funcionários prestes a viajar para China e encontraram o material apenas em Campinas.  

A gerente da loja, Marilene Rogante, afirmou que existe uma previsão de mais 500 chegarem hoje, mas já foram vendidas. A loja teve que criar uma lista de reserva de clientes interessados. Ainda segundo a gerente da loja, em um mês normal a média de venda da máscara era de cinco itens, ontem em seis horas, foram vendidas 500.  

"Apesar de ter uma gama imensa de distribuidores dessas máscaras para o controle biológico, não estamos encontrando mais as máscaras no mercado e quando encontramos, o valor é quatro vezes mais. Estamos pagando esse preço alto e mesmo assim não estamos encontrando outras", afirmou Marilene.

A médica geriatra Vanessa Ruber foi uma das clientes que conseguiu comprar a máscara. "A minha preocupação é a prevenção. Tanto minha prevenção em receber um cliente que possa ter tido algum contato quanto a prevenção em relação aos pacientes também. Um vírus é sempre um vírus. E esse é um que a gente nunca teve contato, que ainda não existe uma vacina. Ele se torna mais importante", afirmou.

Em Campinas o preço da máscara varia de R$ 10 a R$ 15.

SEM PÂNICO

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben, acompanhou o caso de Paulínia de perto e afirmou que os sintomas apresentados pelo empresário foram brandos e, por isso, a recomendação foi encaminhá-lo para ficar em isolamento em sua própria casa. "A suspeita foi levantada pelo hospital que entrou em contato com a Vigilância de Campinas. Nós trabalhamos de maneira conjunta com o centro de emergência em epidemiologia e foi considerado caso suspeito por causa da viagem à China em tempo hábil de ser suspeito", explicou a diretora.  

Ela destacou que não há motivo para pânico e lembrou que o uso desse tipo de material é para pessoas que vão até a China ou se tem contato com outras pessoas que estão com a suspeita. No mais, não há necessidade. "A recomendação de precaução existe principalmente para os profissionais da Saúde. Não há motivo para pânico, todas as medidas possíveis a secretaria já adotou e as pessoas não precisam de nada além do que a saúde já está fazendo", disse Andrea (leia mais aqui).

Nesta semana a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou uma nota recomendando que todos os trabalhadores de portos, aeroportos e áreas de fronteiras usem máscara cirúrgica em uma tentativa de evitar contágios do coronavírus. A recomendação do uso de máscaras vale para quando não houver informação de casos suspeitos nos voos e navios que chegam.