Trocados por aplicativos, taxistas dão corrida grátis na porta de hospital

“Esse é um caminho para que os taxistas se aproximem da população”, afirma motorista sobre ação solidária

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Ação social dos taxistas foi realiza nesta sexta-feira, no bairro Aero Rancho. (Foto: Henrique Kawaminami)

Fazendo valer a máxima de “quem não é visto não é lembrado”, taxistas ofereceram corridas gratuitas nesta sexta-feira (dia 31) em frente ao HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, no bairro Aero Rancho. A ação social fez o bem e também serviu para lembrar aos passageiros que os taxistas seguem na ativa, com aplicativo que oferta desconto de 30%.

A categoria enfrentou a fuga da clientela com o avanço de várias plataformas de transporte. A força do novo modelo ficou clara na forma como os pacientes chegaram hoje à unidade hospitalar. Todos entrevistados que voltaram de táxi chegaram ao HR em veículos cadastrados nos aplicativos.

“Levei duas senhoras para o Tijuca. Fomos conversando bastante e elas gostaram muito da ação. Esse é um caminho para que os taxistas se aproximem da população. É importante que as pessoas saibam que os taxistas passam por curso, são treinados”, afirma Alberto Pereira Luiz, 66 anos.

Taxista há 38 anos, ele conta que o gesto de solidariedade foi muito elogiado pelas passageiras. A corrida gratuita foi oferecida das 8h às 10h. Inicialmente, o benefício seria para quem fosse doar sangue, mas a organização ampliou o público para os pacientes que sairam das consultas médicas. A mobilização contou com 80 táxis.

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Eliza e Célia foram para o HR com carro de plataforma de aplicativo e voltaram de táxi. (Foto: Henrique Kawaminami)

Kelly Nava gastou R$ 20 com a plataforma de aplicativo para levar a mãe Janete Barbosa até ao hospital. Já o retorno para o Jardim Panamá foi de táxi e de graça. “Veio em boa hora, isso foi ótimo. Os táxis são os veteranos, mas devidos aos valores comecei a usar o aplicativo. Isso é um incentivo para que as pessoas voltem a usar os táxis”, afirma Kelly.

Moradoras em Bonito, mas hospedadas em uma pensão perto do HU (Hospital Universitário), em Campo Grande, Célia Pires Morinigo, 52 anos, e Eliza Morinigo, 20 anos, pagaram R$ 25 pelo deslocamento no carro de aplicativo. Mãe e filha voltaram de táxi e elogiaram a ação. “É uma medida muito boa, que auxilia os pacientes”.

Taxista há 30 anos, Aparecida Batista, 58 anos, aproveitou a mobilização para doar sangue. “Trabalho há dois anos em frente ao Hospital Alfredo Abrão e vejo a necessidades das pessoas”, diz.

Presidente da Coopertáxi, Flávio Panissa conta que serão realizadas mais ações sociais. “Na próxima, a intenção é buscar as pessoas para vir doar sangue”.

Prestes a assumir a presidência do Sindicato dos Taxistas, Fernando Yonaka explica que há diferença entre o valor da corrida quando o cliente liga na central telefônica ou solicita por meio do aplicativo dos taxistas. “No call center, é mais caro porque tem toda uma logística. No aplicativo, o custo é menor, com 30% de desconto”.

Os dirigentes criticam a demora para entra em vigor a lei para regulamentar a atividade dos motoristas de aplicativos. “Teve a questão da prorrogação por mais 90 dias. Depois pedem outro aumento de prazo, já já tem eleição e nunca vai ter efetividade”, afirma Panissa.

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Fernando Yonaka afirma que taxistas também tem aplicativo e corrida custa menos. (Foto: Henrique Kawaminami)
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Alberto é taxista há 38 anos e participou de ação solidária. (Foto: Henrique Kawaminami)
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