Menos carros e mais transportes públicos. O que vai mudar na Baixa de Lisboa?

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa apresentou, esta sexta-feira, o plano para a Zona de Emissões Reduzidas para a capital. A principal novidade é a restrição de viaturas na baixa, ao ponto, de plataformas como a Uber ou a Bolt só poderem ali circular com carros elétricos.

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A circulação na baixa pombalina passará a estar restrita a moradores, comerciantes, cuidadores e a veículos elétricos.Foto Foto via Twitter Câmara de Lisboa
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A circulação na baixa pombalina passará a estar restrita a moradores, comerciantes, cuidadores e a veículos elétricos.Foto Foto via Twitter Câmara de Lisboa
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A circulação na baixa pombalina passará a estar restrita a moradores, comerciantes, cuidadores e a veículos elétricos.Foto Foto via Twitter Câmara de Lisboa
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A Rua da Prata, onde existem duas faixas de rodagem atualmente, passará a ser apenas pedonal.Foto Foto via Facebook Câmara Municipal de Lisboa
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 Foto Foto via Twitter Câmara de Lisboa

Menos carros privados e táxis, menos estacionamento. Mas mais transportes públicos, ciclovias e requalificação dos percursos pedonais. A Carris terá novas rotas e horários mais alargados, durante a madrugada. "Todas estas mudança vão contribuir para melhorar a qualidade de vida dos lisboetas", promete o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, durante a apresentação do projeto de requalificação da baixa lisboeta, esta sexta-feira.

O projeto para a Zona de Emissões Reduzidas Avenida Baixa Chiado (ZER ABC) deverá ser aprovado durante o mês de março e entrará em vigor no verão, em julho ou agosto. "Desta intervenção resultarão menos 40 mil carros nesta zona, ou seja, menos 40% dos carros, mas também uma melhoria dos transportes públicos, mais vias cicláveis e benefícios na qualidade do ar", explicou Fernando Medina.

A Rua Nova do Almada, a Rua Garrett, a Rua da Prata e o Largo do Chiado passarão a ser apenas pedonais. Já a Avenida da Liberdade e o Marquês do Pombal vão ver reduzidos o números de carros, alterados os sentidos do trânsito e haverá novas ciclovias unidirecionais. As laterais da Avenida da Liberdade passarão a ser o principal canal para os carros e as faixas principais serão encerradas entre os Restauradores e a Ruas das Pretas.

Para a Avenida Almirante Reis, está prevista também a criação de uma ciclovia bidirecional, onde hoje está uma via ocupada pelo trânsito de carros.

Mas atenção: "o projeto final não é este. Esta é uma ideia". Agora, começam as reuniões entre a câmara, as juntas de freguesia, os comerciantes. "Nós precisamos mesmo destas alterações. Precisamos de uma cidade mais amiga das pessoas, dos lisboetas, dos turistas. Uma cidade mais humana com qualidade de vida e com o lema: a rua é sua", afirmou Fernando Medina.

Circulação de carro no coração de Lisboa sujeita a dístico

O acesso à Baixa de Lisboa passará a estar reservado a veículos autorizados entre a 6:30 e meia noite e só é garantido a moradores, comerciantes, cuidadores, táxis, motas e a veículos elétricos. Mesmo estes, para circularem na ZER, precisarão de um dístico. De fora, ficam viaturas anteriores ao ano de 2000 e os automóveis da TVDE (que inclui plataformas como a Uber ou a Bolt), caso os carros não sejam elétricos.

Durante estas horas, está vedada a circulação também a veículos com mais de 7,5 toneladas, exceto pesados de passageiros autorizados, viaturas de higiene urbana e veículos de emergência. A exceção são todos os carros de residentes e de cidadãos com mobilidade reduzida e os veículos das forças e serviços de segurança, de proteção civil e serviços em missão de urgência, veículos funerários em serviço, motociclos, ciclomotores e velocípedes (estes não precisam de dístico).

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Direito ao acesso e estacionamento na via pública. Para residente, cuidadores, SNS e IPSS.
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Direito ao acesso e estacionamento e paragem em locais específicos. Para transportes públicos e escolares, serviços públicos e turísticos, veículos partilhados (carsharing) e privados.
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Direito a aceder à baixa. Para residentes ou proprietários de garagens, veículos eléctricos, transporte de utentes para o hospital e convidados de residentes (máximo de 10 por mês).

A Câmara Municipal estima que estas regras eliminem ainda 250 lugares de estacionamento, que, por sua vez, serão redistribuídos pelos moradores. Quanto à hipótese de entrar nesta zona durante algum tempo, por exemplo, para visitar alguém, será necessário fazer uma espécie de requisição à câmara, através de uma plataforma, e esta benesse ​​​​​​​está limitada a dez utilizações por mês.

O registo para a obtenção de dístico pode ser feito a partir de um de maio, embora as campanhas de informação sobre esta matérias tenham apenas data prevista para junho. Depois de implementada a estratégia, os carros estarão sujeitos a um controlo eletrónico e há sanções previstas para que não cumprir as novas regras. Não "haverá uma barreira física", disse o autarca, que acredita na eficácia dissuasora do mecanismo.

Esta zona de emissões reduzidas é delimitada a nascente pela Rua do Arco do Marquês de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas, e a poente pela Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua Nova da Trindade e Rua de São Pedro de Alcântara.

Reforço da rede da Carris

O incentivo à utilização dos transportes público é feito através da Carris. Vai ser criada uma nova carreira 100% elétrica, que ligará a Praça do Marquês à Praça do Comércio. Segundo Fernando Medina, a nova rota será feita "com alta frequência" e permitirá eliminar os tempos de espera por um autocarro neste trajeto. "Com as outras rotas, este percurso pode ser feito de três em três minutos".

Também há novidades nos horários, que serão mais abrangentes, principalmente durante a madrugada. A zona da Estação do Oriente, de Sete Rios, de Benfica, da Pontinha, Campo Grande e Campolide será privilegiada, com as carreiras 201, 202, 206, 207 e 208 a aumentarem o número de voltas que fazem a Lisboa.

Embora, segundo Medina, todas estas medidas já estejam a ser equacionadas há dois anos são tornadas publicas no ano em que Lisboa é a Capital Verde Europeia. Um título e um compromisso de redução nas emissões poluentes.