Após pedido de Lula a Amorim, OAS conseguiu certificação para atuar na área da Defesa

Segundo reportagem publicada pela Veja, com base em trechos inéditos da delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, a empresa obteve uma certificação para atuar na área de Defesa e celebrar contratos com o governo após Lula interceder junto ao então chefe da pasta na gestão de Dilma Rousseff, Celso Amorim, em 2014.

“Em 2014, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o Brasil faria investimentos bilionários na área de defesa. De olho no filão, a empresa criou a OAS Defesa. O objetivo era disputar as principais licitações. Mas havia um problema: a nova companhia não tinha o selo que a credenciaria como empresa estratégica de defesa (EED), uma exigência que a impediria de celebrar contratos com o governo”, diz a reportagem. “Diante das dificuldades que a OAS Defesa estava enfrentando para se habilitar, procurei o ex-presidente Lula pedindo sua intervenção junto ao ministro Celso Amorim”, afirmou Léo Pinheiro na delação.

Pouco tempo depois, o então presidente da OAS foi recebido pelo próprio Amorim no Ministério da Defesa. “Na audiência, o ministro foi extremamente cordial, segundo Léo Pinheiro, e deixou claro que, ‘em função do pedido de ajuda feito pelo ex-presidente Lula’, iria convocar uma reunião com seus assessores e ‘determinar o credenciamento da empresa’, o que realmente aconteceu na sequência”, diz a revista.

“Sem a interferência de Lula, a OAS não obteria a certificação necessária”, afirmou Léo Pinheiro. “A remuneração de Lula estava no bojo do pacote de diversas outras vantagens”, completou, explicando o que o ex-presidente receberia em troca.