Especialistas consideram criptografia do Android mais forte que a do iPhone
by Felipe JunqueiraMuita coisa tem mudado no mundo da tecnologia nesses últimos tempos. A AMD não é mais conhecida por oferecer soluções inferiores e com problemas de temperatura, e chega a competir em pé de igualdade com a Intel e até mesmo agradando a muitos gamers. A MediaTek também começou a entregar chipsets que podem concorrer com opções da Qualcomm a preço mais baixo e qualidade muito próxima. E, agora, uma reportagem da Vice indica que o iPhone pode não ser mais seguro que o Android.
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A história vem à tona pouco depois que o presidente Donald Trump exigiu publicamente que a Apple ajudasse autoridades americanas a desbloquearem o iPhone de suspeitos de terrorismo e outros crimes. Logo depois, no entanto, o FBI avisou que não precisava mais da ajuda da Maçã. É que já existe uma ferramenta que ajuda a driblar o bloqueio de todos os modelos até o iPhone X.
Segundo a reportagem da Vice, a empresa Cellebrite possui um meio de acessar informações privadas do usuário que são consideradas úteis pelas autoridades para determinar se ele pode ou não estar envolvido em uma atividade criminosa. E isso inclui dados de GPS, mensagens, ligações, contatos e até dados de aplicativos específicos como Instagram, Twitter, LinkedIn e outros.
Mais seguro que o Android?
Até aí, dá para entender. Há vários modelos de iPhone circulando, e nem todos contam com os diversos recursos de segurança que a Apple vem desenvolvendo ano a ano. A questão é que os dispositivos Android estão ficando mais difíceis de acessar sem o desbloqueio do que os modelos da Apple.
“Há um ano, não podíamos acessar iPhones, mas podíamos acessar todos os Androids. Agora não conseguimos acessar muitos Androids”, disse o detetive Rex Kiser, que faz exames forenses digitais para um departamento de polícia no Texas.
A ferramenta usada pela Cellebrite não consegue acessar a criptografia de vários dispositivos Android, incluindo o Google Pixel 2, Samsung Galaxy S9 e Huawei P20 Pro, citados na reportagem da Vice. No caso do dispositivo da Huawei, nenhum dado pode ser acessado pela ferramenta, o que, inclusive, pode derrubar o argumento de Trump de que o governo chinês possui fácil acesso às informações dos smartphones da marca.
Isso não significa, claro, que dispositivos Android sejam invioláveis, mas sim que a ferramenta da Cellebrite, que é utilizada por autoridades americanas, não sabe como passar pela criptografia de muitos aparelhos com esse sistema. E. principalmente. por conta de um hardware específico que confere maior segurança aos dados do usuário.
Os investigadores conseguem até mesmo extrair alguns dados do iPhone 11 Pro Max, mas precisam de um processo um pouco mais complexo para isso. É só uma questão de tempo para encontrarem maneiras de driblar a proteção desses aparelhos Android, também.
Agora, se você realmente se preocupa com a segurança dos seus dados pessoais, não pode mais usar isso como justificativa para comprar o iPhone. Ou acha que as autoridades é que não conhecem os meios certos para acessar Androids?