Bolsonaro mudou de ideia sobre os cassinos no Brasil?
Jair Bolsonaro está sendo pressionado por líderes do Centrão e pelo próprio filho Flávio a mudar de opinião sobre a legalização dos jogos de azar.
Durante a campanha presidencial de 2018, o então candidato, em uma de suas lives, negou categoricamente os rumores da época de que, se eleito, defenderia a instalação de cassinos no Brasil.
Ele disse (confira no vídeo abaixo):
“Nós sabemos que o cassino aqui no Brasil, se tivesse, seria uma grande lavanderia, serviria para lavar dinheiro. E também para destruir famílias. Muita gente iria se entregar ao jogo e o casos se faria presente no seio das famílias aqui no Brasil.”
Ao chegar ao Planalto, Bolsonaro passou a ser cortejado pelo pesado lobby da jogatina, que vende a ideia de que bingos e cassinos legalizados geram emprego e renda, além de contribuir para o turismo nacional.
No fim de 2019, o presidente recebeu (foto abaixo) para um almoço um grupo de parlamentares — liderado pelos deputados Elmar Nascimento (DEM) e Paulinho da Força (Solidariedade) — que defende a legalização dos jogos de azar e está se movimentando para colocar a matéria em votação neste ano. Na ocasião, Bolsonaro ouviu o pleito e se comprometeu em consultar a bancada evangélica sobre o assunto.
Em reservado, porém, o presidente já tem deixado claro que está mais flexível em sua posição, chegando a defender que cada estado poderia estabelecer suas regras. Um interlocutor disse a O Antagonista que “os olhos do presidente brilham” quando pedem para ele imaginar a Costa Verde — litoral sul do Rio de Janeiro, onde a família Bolsonaro tem casa — repleta de cassinos à beira-mar.
Nossa reportagem apurou que Bolsonaro soube com antecedência da viagem que Flávio fez, na semana passada, a Las Vegas — com despesas pagas pelo Senado — para se reunir com o magnata dos cassinos Sheldon Adelson e tratar do tema. Flávio viajou como senador e, claro, como filho do presidente da República.
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