Na Baixa de Lisboa só vão poder entrar carros de residentes

Parte da avenida da Liberdade, da Baixa e do Chiado, em Lisboa, vão passar a integrar uma zona de emissões reduzidas. Pelas contas da autarquia, serão menos 40 mil veículos a circular.

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A Câmara de Lisboa anunciou esta sexta-feira a criação de uma zona de emissões reduzidas, que abrangerá a parte da Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado. Só veículos autorizados poderão circular.

Parte da avenida da Liberdade, da Baixa e do Chiado, em Lisboa, vão passar a integrar uma zona de emissões reduzidas, o que implicará fortes restrições à circulação de viaturas. Na prática, será necessário um dístico para se poder aceder e, sendo residente, estacionar. Haverá controlo de acessos que funcionará todos os dias entre as 6:30 e a meia-noite.

O anuncio foi feito esta sexta-feira pelo presidente da câmara, Fernando Medina. Será uma "transformação impar" na cidade e uma grande mudança da forma como todos podem usufruir da Baixa, dando mais uns passos numa zona que durante décadas foi desenhada para o automóvel, sublinhou o presidente da câmara.

A nova área abrange uma parte das freguesias de Santo António, Santa Maria Maior e Misericórdia. Será delimitada a Norte pela calçada da Glória, praça dos Restauradores e Martim Moniz; a sul, pelo eixo Cais do Sodré, rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e rua da Alfândega; a nascente pela rua do Arco do Marques de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas; e a poente pela rua do Alecrim, rua da Misericórdia, rua Nova da Trindade e rua de São Pedro de Alcântara.

Pelas contas da autarquia, serão menos 40 mil veículos a circular, uma redução anual de cerca de 60 mil toneladas de CO2 e uma "redução significativa da poluição, que ataca todos, mas sobretudo as crianças, que respiram muito mais do que nós, porque o fazem muito mais vezes", lembrou Medina.

Na sequência deste plano, a ideia é ter mais 4,6 hectares de passeios que serão "devolvidos à fruição dos cidadãos", com a redução de cerca de 60% dos lugares de estacionamento, a começar pela avenida da Liberdade. Haverá uma redução de 40% dos lugares de estacionamento destinados a rotação. E, em contrapartida, mais 50% de lugares destinados a residentes.

O programa vai também permitir resolver problemas que a Carris enfrenta, disse Medina. "Estrangulamentos e atrasos, perdas de centenas de horas em que um estacionamento em cima de uma linha do elétrico" provoca. "Este programa vai permitir melhorar a eficácia dos transportes públicos" em ruas como a de São Paulo, Politécnica, Fanqueiros, acrescentou.

Por outro lado, a autarquia promete mais 5,7 quilómetros de rede ciclável entre o Marquês e o rio.

O plano agora apresentado vai ainda ser apresentado à população das freguesias abrangidas assembleia municipal, para depois se apresentado em câmara.

Trata-se de "um dos projetos mais marcantes deste mandato, central" e que se insere no âmbito da Lisboa Capital Verde, sublinhou Fernando Medina. "Uma mudança na forma como vamos viver a baixa de Lisboa"

Medina fez questão de agradecer a Manuel Salgado e à sua equipa, enquanto vereador teve um papel essencial