Brexit: "Sair da UE tem um alto preço", diz Juncker
by Isabel Marques da Silvaeuronews_icons_loading
Há vários meses, Jean-Claude Juncker reconheceu que deveria ter participado na campanha para o referendo sobre o Brexit, mas quis respeitar o pedido do então primeiro-ministro britânico David Cameron.
Contudo, o ex-presidente da comissão europeia admite, em entrevista exclusiva à euronews, que esse esforço para desmontar alguns mitos e noticias falsas não lograria alterar o resultado.
Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: "Eu disse a Cameron, e todos os outros, que no dia em que organizarem um referendo sobre esse assunto controverso na Grã-Bretanha, você vai perder. Não se surpreenda se, no final do dia, depois de tantas mentiras e descrições pouco exatas sobre o que é a União Europeia, as pessoas forem votar contra".
Maria Psara/euronews: Muitos outros países poderão pensar em deixar a UE.
Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: "Não, eu tenho boas relações, se não íntimas, com todos os outros governos e não há nenhum governo que queira escapar ao sonho europeu, e à disciplina europeia, porque viram durante as negociações - durante as quais conseguimos manter a unidade dos restantes Estados-membros, o preço que um país tem de pagar se quiser sair ".
Maria Psara/euronews: Mas, para desencorajar outras vozes dissidentes, a Europa deveria "punir" o Reino Unido?
Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: Não, eu nunca tive a vontade de os punir porque isso não leva a lugar nenhum.
Maria Psara/euronews: Que país substituirá o Reino Unido em termos de criação de mais divisões na Europa?
Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: Existem vários que são capazes, embora não com o mesmo alcance, de criar problemas. Mas isso é a democracia europeia. Não tenho medo dessas divisões que vamos testemunhando de tempos a tempos. Tenho mais medo das fragilidades e das perturbações que enfrentamos de tempos a tempos. Mas isso faz parte da democracia europeia".