“Sacanagem com milhões de jovens”: desabafo sobre o Enem por quem ajudou a viabilizá-lo. Por Maringoni

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 Foto: Luís Fortes/MEC

Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook

DESABAFO SOBRE O ENEM POR QUEM AJUDOU A VIABILIZÁ-LO: “SACANAGEM COM MILHÕES DE JOVENS”

Depoimento de uma amiga que participou da equipe intergovernamental que coordenou a logística da realização da prova do ENEM em São Paulo:
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“Eu estou muito inconformada com o que fizeram com o ENEM. É muito injusto, é sacanagem plena com milhões de jovens que estudam por anos para ingressar na universidade.

Participei de várias reuniões de planejamento e logística de distribuição de provas, da coleta de gabaritos e da operação nos dias de provas. É uma ação gigantesca, totalmente sincronizada. Acompanhei várias teleconferências com a organização de vários estados.
A equipe da Polícia Militar, responsável pelo estado de SP, é extremamente competente e preocupada com os alunos (parecia até outra corporação). Um oficial chegou a dizer que se apenas um aluno não conseguisse realizar o exame por problemas logísticos, toda a dinâmica estaria comprometida.

Foi uma operação articulada que envolveu Exército e Polícia na linha de frente de segurança, Correios na linha da distribuição, técnicos do INEP muito seguros e experientes, além do metrô, CPTM e SPTrans no quesito mobilidade. Todas as concessionárias de distribuição de energia elétrica do Estado (Enel, CPFL´s, Elektro, EDP, Energisa) e a Sabesp, sob a coordenação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado, participaram pela primeira vez para que não tivesse interrupção de energia elétrica e de água nos dias de prova. A Secretaria de Educação participou como responsável pelos pontos de realização. Houve acompanhamento por todos os órgãos no Centro Integrado de Comando e Controle criado para a Copa do Mundo.

As provas chegam aos rincões de todo o país. Há mais de 600 mil pessoas envolvidas, direta e indiretamente, na realização da maior seleção universitária do mundo. É inadmissível que não consigam corrigir as provas e fazer a divulgação correta. Falharam no final da linha, no que dependia dessa administração do MEC. Parece ser mais fácil pilotar um avião do que fazer café”.