RitmosJF: a resistência do funk

Makoombloco leva às ruas no próximo domingo um mix de hip hop, afrohouse, dancehall, kuduro, afrobeat e outras batidas

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Makoombloco lotou a Praça da Estação em 2019 (Foto: João Victor Medeiros)
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A diáspora africana traduzida em ritmo, suingue e batidão, com diferentes expressões: o hip hop, o afrohouse, dancehall, kuduro, afrobeat. Os DJs do Makoombloco pesquisam e misturam batucadas e beats, que ecoam no peito.

A linha que dá liga a todas essas influências é o funk.

Crráudio, um dos produtores culturais do bloco, exemplifica: o funk 150 bpm tem a mesma batida do kuduro de Angola, o que permite que sejam mixados juntos. O mesmo acontece entre o funk “tamborzão 2000” e o afrohouse, ligados pela percussão. “É muito visceral. É um som que bate no grave, a gente sente e o corpo já mexe.”

Como a MC Xuxu disse na coluna de ontem, para Crráudio é uma questão de identificação. É por isso que, junto com os DJs Ocriolo e Acósmica, criou a festa Makoombas, convertida em bloco no carnaval pelo segundo ano. A proposta é promover a “pluralidade de corpos, cores, formas”, e fazer um rolê onde o negro, periférico, LGBT se sinta não apenas seguro, mas protagonista da festa.

E o funk traduz essa possibilidade. “A nossa resistência tá a partir daí também, na questão da oralidade, e da dança, do corpo, do ritmo.” E é por isso que, junto com a Xuxu, decidiram lançar uma campanha de financiamento coletivo pelas suas redes sociais, para ajudar a colocar os blocos de funk na rua.

O Makoombloco sai no domingo que vem (9), uma oportunidade para se jogar sentindo a força da batida. “Você não sabe de onde está vindo, mas você está sentindo o grave, sentindo bater a música, e isso está te movimentando. Está ali a diáspora, está na pele, na força que gera.”

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DJs Acósmica, Ocrioulo e Crraudio fazem a festa Makoombas (Foto: Wanderson Monteiro)