Copasa apresenta plano de segurança de Várzea das Flores e garante estabilidade
Participam da reunião representantes da Defesa Civil de Betim e do Estado, além de técnicos da estatal
by Thiago AlvesA Copasa apresentou, nesta sexta-feira (31), para representantes das prefeituras de Betim e Contagem, cidades da Grande BH, o plano de segurança do reservatório Várzea das Flores. O documento garante a estabilidade da barragem, que atingiu, nos últimos dias, mais de 100% da sua capacidade.
De acordo com a Copasa, a água do reservatório verteu na última quarta-feira (28). Isso significa que o excesso de água da represa transbordou e passou a escoar pelo vertedouro. A última vez que isso ocorreu foi há oito anos.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Betim, Ednard Barbosa, acredita que a reunião realizada nesta sexta-feira (31) foi a “mais produtiva” desde janeiro de 2019, quando a pasta requisitou da companhia um laudo de possíveis danos à população ribeirinha.
"Algo que a gente tem pedido há algum tempo, que é ter o laudo de estabilidade do represamento, foi apresentado, hoje, pela empresa Dam Engenharia, contratada da Copasa. Ela assegurou a segurança da represa. Não há qualquer risco de rompimento. Isso é importante que a população de Betim saiba", afirma Barbosa.
Durante a reunião, foi definida a criação de um comitê especial de prevenção de danos. O diretor de operação da Copasa, Guilherme Frasson Neto, explica que o objetivo desse grupo é mitigar os impactos de possíveis inundações em imóveis de 319 famílias localizadas às margens do rio Betim, manancial que recebe todo o volume excedente da represa Várzea das Flores.
"A gente consensou algumas medidas preventivas que precisam ser trabalhadas em função do nível da barragem ter atingido 100%. Isso em termos de abastecimento é ótimo, mas começou o vertimento de um residual em função do período de chuvas. Em função disso, que é natural, o nível do rio Betim, abaixo da barragem, subiu. Certamente, se houver chuva mais forte nos próximos dias, ocorrerão consequências para a população ribeirinha, principalmente para aquelas ocupações irregulares, que vivem quase na calha do rio. Mas já estamos atuando preventivamente para conter os riscos. Na próxima segunda-feira (3), o comitê proposto iniciará ações preventivas de diálogo com a população que vive às margens do rio Betim. Se for necessário, também haverá operações na região", ressalta.
Justiça
O plano de segurança é apresentado pela Copasa após a Justiça acatar um pedido da Prefeitura de Betim para que a companhia de saneamento tome providências de segurança.
O juiz determinou que a estatal arque com os custos de realocação da população, caso haja a necessidade de evacuação dos moradores, e que adote medidas eficientes para controlar o nível da água na represa.
Caso a Copasa não cumpra com todas as determinações da Justiça, a estatal poderá ser multada em R$ 300 mil por dia.
A estatal alega que ainda não fora notificada oficialmente, mas ressalta que já realiza ações preventivas na região.