Inflação acelerou em janeiro para máximo de nove meses

A taxa de inflação fixou-se nos 0,8%, acelerando face aos 0,4% de dezembro. A subida dos preços mais voláteis justifica esta aceleração.

Os preços no consumidor subiram 0,8% em janeiro deste ano, anunciou esta sexta-feira, 31 de janeiro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) na estimativa rápida. Em dezembro, a taxa de inflação tinha sido de 0,4%. 

"Tendo por base a informação apurada até à data do presente destaque, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido 0,8% em janeiro de 2020", escreve o gabinete de estatísticas. Esta taxa de inflação representa uma aceleração face a dezembro, além de ser um máximo de abril de 2019.

Excluindo os produtos energéticos e produtos alimentares não transformados - cujo preço é historicamente mais volátil pela maior exposição a choques temporários -, a inflação (subjacente) fixou-se nos 0,4% em janeiro. As variações são em termos homólogos.

Dada a diferença entre a inflação subjacente e a inflação "headline", é possível concluir que esta aceleração da inflação em janeiro deve-se, em grande parte, à subida dos preços dos produtos energéticos (+3,13%) e dos produtos alimentares não transformados (1,93%), em termos homólogos.

Em janeiro, a inflação média dos últimos 12 meses fixou-se nos 0,36%, acima dos 0,34% registados em dezembro.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - o indicador que o Eurostat usa para comparar os países europeus - registou uma variação homóloga de 0,8% em janeiro, acima dos 0,4% em dezembro.

O Governo prevê na proposta do Orçamento do Estado para 2020 uma variação de 1,1% para o IHCP português este ano.

Os dados definitivos da inflação do mês de janeiro serão publicados no dia 12 de fevereiro.