Sampaio diz que assumiu liderança do PSDB para “pacificar” bancada, mas rejeita seguir no posto
Às vésperas do reinício dos trabalhos no Congresso, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse a O Antagonista que não pretende continuar no posto por mais um ano.
Em dezembro, o parlamentar foi reconduzido à função que já havia exercido, em meio a uma guerra interna entre os grupos liderados pelo governador de São Paulo, João Doria, e pelo deputado Aécio Neves (MG).
“Assumi a liderança novamente para buscar pacificar a bancada até a escolha de um novo líder, e não para continuar na função durante este ano”, afirmou Sampaio. “Quero ajudar nesse processo de definição, que será feita pelos deputados do partido.”
A disputa pela liderança tucana na Câmara dividiu a bancada e o partido. O grupo de Doria apoiou a indicação do deputado Beto Pereira (MS), enquanto a ala ligada a Aécio buscava emplacar o nome de Celso Sabino (PA).
Após uma guerra de listas em apoio a um e a outro, o PSDB optou por reconduzir Carlos Sampaio à liderança da bancada, em princípio até a semana que vem, quando as atividades legislativas serão retomadas em Brasília. A escolha foi chancelada pelo presidente da legenda, Bruno Araújo (PE), e apoiada pelo grupo de Doria.
O presidente do diretório estadual do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi — que também é secretário de Desenvolvimento Regional do governo de Doria –, é um dos que levantam a possibilidade de que Sampaio permaneça como líder da bancada federal na Câmara.
“Eu acompanho [as discussões sobre a liderança do PSDB] com certa distância porque é um assunto dos deputados. Mas me parece que estão buscando um consenso”, disse Vinholi a O Antagonista. “O que eu acompanhei foi pela imprensa. E, pelo que eu acompanhei, sim, o Carlos poderia ser um nome.”
Como noticiamos, além de dividir o PSDB, a disputa pela liderança da bancada tucana na Câmara causou estrago também em outro partido, o PSB, criando uma confusão na legenda socialista que chegou à Justiça Eleitoral.
O deputado Luiz Lauro Filho — sobrinho do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) –, que era suplente, assumiu a cadeira que era de Jefferson Campos, do PSD, licenciado por problemas de saúde.
Em meio a um imbróglio jurídico, Luiz Lauro deixou o PSB e foi para o PSDB, como parte da estratégia do grupo de Doria para garantir mais um voto a Beto Pereira na eleição do novo líder tucano.