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Funcionárias usam máscaras no hospital de Wuhan, na China
Foto: AFP

Avião fretado pelo Reino Unido partiu de Wuhan "muito vazio"

Um avião fretado pelo Reino Unido para repatriar britânicos e outros estrangeiros de Wuhan, de onde o novo coronavírus se propagou, descolou hoje daquela cidade chinesa com 110 pessoas a bordo, anunciou o Governo britânico.

O avião que transportava 83 britânicos e 27 estrangeiros, além de "um pequeno número de médicos", deixou Wuhan esta manhã (madrugada em Lisboa) e deve pousar às 13:00 (hora de Londres e de Lisboa) na base aérea de Brize Norton, cerca de 120 quilómetros a oeste de Londres, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

Londres planeara repatriar cerca de 200 pessoas, depois de receber a luz verde das autoridades chinesas no voo de evacuação.

"O avião está muito vazio", testemunhou Joe Armitt, um britânico a bordo, à televisão Sky News, que publicou uma foto de muitos lugares vagos na aeronave. A mesma testemunha afirmou que muitos expatriados não tiveram a oportunidade de chegar ao aeroporto de Wuhan a tempo.

Entre eles, Nick House, que tem dois filhos da sua mulher indonésia. O britânico explicou à Sky News que não foi informado se não três horas antes da partida do avião: "Não temos meios de transporte. Não conseguimos chegar ao aeroporto. Por isso, ainda estamos aqui", afirmou.

Outros britânicos tinham anteriormente dito à BBC que o cônjuge ou filhos chineses não tinham permissão para viajar pelas autoridades locais e, portanto, enfrentavam o dilema de serem repatriados sozinho ou ficarem na China com a família.

O Governo britânico fretou um avião espanhol, acordando com Madrid que os cidadãos do país vizinho a Portugal farão parte da viagem. Depois de Inglaterra, a aeronave voará para a Espanha.

Em solo britânico, as pessoas repatriadas serão transferidas para um prédio do serviço público de saúde, onde serão mantidos por 14 dias em quarentena, por precaução, anunciou o governo na quarta-feira.

Vários países já começaram o repatriamento de cidadãos de Wuhan, cidade de 56 milhões que foi colocada sob quarentena, há mais de uma semana, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.

No caso português, o avião que saiu na quinta-feira de manhã de Beja foi fretado pelo Governo francês e parte para a China para repatriar pelo menos 133 cidadãos da União Europeia (UE), incluindo 17 portugueses.

A China elevou hoje para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Além da China e dos territórios chineses de Macau e Hong Kong, há casos confirmados em 19 outros países - na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.