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Foto: Divulgação

Prótese de silicone: saiba como deve ser o processo em adolescentes

O cirurgião plástico Victor Cutait explica como devem ser avaliadas as necessidades de cada jovem: fisicamente e psicologicamente

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A busca pela satisfação com o próprio corpo é algo que atinge mulheres de todas as idades. Desde a adolescência, período onde a identidade do indivíduo começa a ser formada, as mulheres começam a não só reparar nas próprias características físicas, como também das suas amigas, parentes e personalidades da mídia.

De acordo os dados do último censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil é líder em número absoluto de cirurgias plásticas entre adolescentes de 13 a 18 anos. Apenas em 2018, foram 83.655 operações. Isso representa 4,8% do total de plásticas feitas no país, em todas as faixas etárias.

Segundo a instituição, não foi possível levantar quantos desses procedimentos foram realizados por motivos unicamente estéticos e quantos foram reparadores ou reconstrutores. No entanto, sabe-se que as operações mais comuns para quem tem menos de 18 anos foram rinoplastia e aumento das mamas.

Quando autorizar a filha adolescente a colocar prótese de silicone?

Ao se depararem com o desejo das filhas, muitos pais se sentem perdidos sobre autorizar ou não o procedimento. De acordo com o cirurgião plástico Victor Cutait, os médicos devem analisar de maneira individualizada as pacientes jovens que desejam aumentar os seios e ter uma conversa franca com as candidatas e seus responsáveis.

“É preciso avaliar como está o desenvolvimento da adolescente: o quanto ela ainda vai crescer, se ela já menstrua, se existe uma perspectiva de crescimento dos seios e os motivos que a levaram querer aumentar as mamas. Caso seu corpo esteja formado e realmente não existam indicativos de que seus seios irão crescer, então ela pode estar apta a realizar a cirurgia”, explica o médico.

A participação da família é fundamental durante o processo, já que possíveis questões emocionais da jovem podem estar ligadas a decisão de se submeter a redução de seios. “Por falta de autoestima, a paciente pode ter um mal desempenho na escola, se afastar das amizades e se isolar de atividades. Por isso, é necessário ter a sensibilidade de perceber quando o problema é pessoal, e não somente uma atitude tomada para justificar uma pressão social”, explica Dr. Victor.

Além disso, durante os períodos pré e pós operatórios, recomenda-se que as jovens busquem acompanhamento psicológico para, se necessário, evitar possíveis impactos mentais negativos, que podem ser gerados em decorrência de uma cirurgia feita por impulso.

“Normalmente, o que ocorre é que o auge do estirão de uma adolescente costuma ser também o ápice de conflitos e questões relativas à imagem corporal.Por isso, qualquer atitude muito definitiva (como a de fazer uma plástica para aumentar as mamas) pode provocar arrependimentos posteriormente”, finaliza o médico.