RN define hospitais para onde casos suspeitos de coronavírus devem ser encaminhados
O Rio Grande do Norte publicou, na quinta-feira (30), um protocolo para manejo de pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus que começou a circular na China e já matou mais de 200 pessoas no mundo em menos de um mês. Formas de diagnóstico e isolamento foram indicadas nesse protocolo, além de definição dos hospitais Giselda Trigueiro e Maria Alice Fernandes como unidades de referência.
André Prudente, diretor do Gisela Trigueiro, assinou protocolo clínico para manejo de pacientes com suspeita do coronavírus
No protocolo publicado pela Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), assinado pelo infectologista André Prudente, diretor do Giselda Trigueiro, são expostos alguns dos sintomas que podem contribuir para que o caso seja definido como suspeito de coronavírus. Apesar de serem semelhantes ao de doenças respiratórias e viroses, os sintomas que apontem para sepse, choque séptico e síndrome da angústia respiratória aguda devem ser manejados em unidades de terapia intensiva.
Pelo protocolo, ficam determinadas medidas de proteção e controle consideradas são fundamentais para diminuir a chance de disseminação da doença para outras pessoas, incluindo para os profissionais da saúde. Precauções padrão como higienização das mãos e uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) que evitem contato com sangue, secreções e lesões cutâneas sempre devem ser adotadas, bem como medidas que diminuam o risco de acidentes com materiais perfurocortantes.
As indicações são de se fornecer máscara cirúrgica ao paciente (desde que não esteja com dispneia) e afastá-lo dos demais doentes, além de instruí-lo a cobrir boca e narinas ao espirrar ou tossir com lenços ou cotovelo flexionado, além de higienizar as mãos sempre que entrar em contato com secreções. Os profissionais devem ficar afastados em 2 metros até que esteja com os EPIs necessários.
Além dos pacientes, também é determinado o uso de máscara pelos profissionais de saúde e, quando houver procedimentos que gerem aspiração de vias aéreas, intubação, reanimação cardíaca ou broncoscopia, é preciso se usar máscara tipo N-95, uma indicada para esse caso. Quando houver a necessidade de manter contato próximo ao doente, é indicado ao profissional utilizar óculos ou máscara facial.
No procedimento indicado, também fica determinado sejam utilizados capotes e luvas, além dos equipamentos de proteção descritos para precaução para gotículas por parte dos profissionais. Sempre que possível, disponibilizar aparelhos específicos para o paciente (estetoscópio, tensiômetro, termômetro, etc.) e, quando não for possível, devem ser higienizados com álcool 70% imediatamente após o uso. Além disso, o leito deve preferencialmente ser privativo e deve contribuir para evitar o trânsito do paciente em outras áreas do hospital, mas, quando necessário, utilizar máscara cirúrgica no doente.
Fluxo de atendimento
Após a chegada do paciente à unidade de saúde, o paciente que apresentar os sintomas deverá ser isolado e usar máscara cirúrgica desde o momento em que forem identificados na triagem até sua chegada ao local de isolamento, que deve ocorrer o mais rápido possível. Depois disso, o caso começa a ser investigado, coletando amostras de secreção e encaminhando imediatamente ao Lacen-RN.
Ao se observar que o paciente atende aos critérios de internação, ele deve ser encaminhado ao hospital de referência e ser mantido em isolamento. Caso não atenda aos critérios, é determinado o isolamento domiciliar por 15 dias, além do acompanhamento pela atenção básica e monitoramento pelo serviço de vigilância epidemiológica.