MPPB: Corrupção é um dos principais crimes praticados por agentes públicos
by AscomA corrupção foi um dos principais delitos praticados pelos agentes públicos (entre eles prefeitos municipais) denunciados em 2019 pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) ao Tribunal de Justiça.
De acordo com o levantamento realizado pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (Ccrimp) e divulgado nesta segunda-feira (9/12) – em alusão ao ‘Dia Internacional de Combate à Corrupção’ -, 11 denúncias foram oferecidas contra agentes públicos este ano, por delitos diversos: peculato; corrupção ativa e passiva; concussão; desvio de verba pública e de finalidade, contratação irregular de servidores, além de fraudes em licitações.
Segundo o promotor de Justiça Rodrigo Pires de Sá, que coordena a comissão, todas essas práticas delitivas implicam em prejuízos aos cofres públicos e à população, que deixa de ter serviços essenciais (como saúde, educação, segurança) prestados com qualidade.
O levantamento também revela que, além das denúncias oferecidas, a Ccrimp instaurou, este ano, 325 procedimentos interrogatórios; arquivou 36 e remeteu 17 a órgãos a outros órgãos de investigação.
Atualmente, 272 procedimentos extrajudiciais estão ativos no órgão. Outra ação desenvolvida em 2019 pela comissão foi a celebração de 72 acordos de não-persecução penal com prefeitos municipais, que fazem parte do projeto ‘Fim dos Lixões’, que vem sendo implementado pelo MPPB, com o apoio do Ministério Público Federal, Ibama, Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado) e Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup).
Para Rodrigo Pires, os dados são bastante positivos e revelam um aprimoramento do trabalho da comissão viabilizado, inclusive, pela atuação integrada com outros setores do MPPB.
“Nos últimos dois anos, e especialmente neste ano de 2019, a celeridade das investigações aumentou, a forma de instruir essas investigações melhorou. Ganhamos em qualidade investigativa. Em busca de uma efetividade cada vez maior das nossas ações, passamos a utilizar medidas judiciais para melhor instrução de nossas investigações, contando com o apoio de órgãos da instituição, a exemplo do Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público e do Núcleo de Gestão do Conhecimento, vinculado ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado”, explicou.
Combate à corrupção
Para os integrantes da Ccrimp, é preciso ser vigilante e estar sempre alerta para combater irregularidades e fraudes na administração pública.
“É preciso trazer a mente em alerta e aberta, investir fortemente na luta diária contra a corrupção, sem desanimar”, destacou o presidente da Ccrimp, o 1° subprocurador-geral de Justiça, Alcides Jansen.
Eles também falaram sobre a importância do ‘9 de Dezembro’, quando o mundo discute o combate à corrupção.
“Essas datas são importantes como marcos que sempre devem existir para fazer a sociedade refletir sobre o tema. É claro que o combate à corrupção tem que ser durante o ano inteiro, o tempo todo, em vários ambientes, seja na escola, nos postos de trabalho, em qualquer local onde haja reunião de pessoas e desenvolvimento de atividades públicas ou privadas. Mas esse dia (9/12) é importante porque todo marco é comemorado com ações com maior comunicação para sociedade do trabalho dos órgãos de controle. É uma data a ser celebrada no sentido de chamar a atenção da sociedade quanto à importância do combate à corrupção”, argumentou.
Ccrimp
A Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa é um órgão auxiliar do Ministério Público, de assessoramento do procurador-geral de Justiça, cuja principal atuação é a investigação e a persecução judicial de agentes públicos estaduais e municipais detentores de prerrogativa de foro especial perante o Tribunal de Justiça estadual (prefeitos, deputados estaduais, juízes, promotores de Justiça, defensores públicos etc), por infrações penais relacionadas ao exercício da função ou cargo público e conexas.
O órgão é presidido pelo 1º subprocurador-geral de Justiça, Alcides Jansen, e integrado pelos promotores de Justiça Rodrigo Pires de Sá (coordenador); Eduardo de Freitas Torres, Fabiana Maria Lobo da Silva, Paula da Silva Camillo Amorim e João Benjamim Delgado Neto.
Para saber como acessar o serviço da Ccrimp, acesse a Carta de Serviços ao Cidadão, na página oficial do Ministério público da Paraíba (www.mppb.mp.br).