Pela segunda vez, uma mulher negra sobe ao pódio da Miss Universo
A modelo sul-africana Zozibini Tunzi, de 26 anos, defende que as meninas devem aprender sobre liderança.
A sul-africana Zozibini Tunzi foi coroada Miss Universo. A jovem de 26 anos diz que quer ser um exemplo para as meninas, a quem a sociedade deveria estar a ensinar sobre liderança. Em segundo e terceiro lugar ficaram a porto-riquenha Madison Anderson e a mexicana Sofia Aragon, respectivamente.
“Cresci num mundo onde as mulheres que se parecem comigo, com o meu tipo de pele e de cabelo, nunca foram consideradas bonitas. Acho que é tempo disso acabar”, disse a modelo sul-africana em declarações à BBC. Mais de 90 mulheres de todo o mundo participaram no concurso que decorreu neste domingo, em Atlanta, EUA.
Alterações climáticas, protestos e redes sociais foram alguns temas sobre os quais as finalistas tiveram de dar a sua opinião. Na pergunta final de Zozibini Tunzi, sobre o que deveriam aprender as meninas nos dias de hoje, a modelo respondeu “liderança”. “É algo que tem estado em falta nas jovens e nas mulheres há muito tempo — não porque não queiramos, mas graças ao rótulo que a sociedade pôs na mulher”, argumentou.
Na sua página de Instagram, com mais de um milhão de seguidores, Zozibini Tunzi escreveu: “Esta noite abriu-se uma porta e eu não podia estar mais grata por ser quem passou por ela. Que todas as meninas que presenciaram este momento acreditem para sempre no poder dos sonhos e vejam os seus rostos reflectidos no meu.”
A primeira mulher negra a vencer a competição foi Leila Lopes em 2011. A angolana congratulou Zozibini Tunzi, no seu Instagram. Oprah Winfrey também enviou os seus parabéns à sul-africana. “Concordo. Liderança é o que de mais poderoso podemos ensinar, hoje, às jovens mulheres”, escreveu no Twitter a apresentadora americana.
Ainda que o prémio exacto da Miss Universo não seja revelado, estima-se que a vencedora receba um ano de renda num apartamento em Nova Iorque e um salário de 100 mil dólares (cerca de 90.354 euros).
Zozibini Tunzi é descrita, pelo concurso Miss Universo, como embaixadora da beleza natural e uma activista empenhada na luta contra a violência de género. Durante o próximo ano, a sul-africana deverá viajar pelo mundo em campanha.
Os concursos de beleza têm sido altamente contestados nas redes sociais e a sua pertinência é questionada. Um utilizador do Twitter escreveu: “Um concurso de beleza que coloca as mulheres umas contra as outras é extremamente datado.”
Recentemente, a concorrente do Miss Mundo, Veronika Didusenko, processou a organização do concurso por ter sido desqualificada por ser mãe.