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Foto: PATRICK BAZ/AFP via Getty Images

Mulheres sauditas já podem entrar em restaurantes pela mesma porta que os homens

Estabelecimentos eram obrigados por lei a terem uma entrada para "famílias", ou seja, mulheres que estivessem sozinhas ou com homens que fizessem parte da sua família e crianças, e outra para "homens solteiros".

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Foi abolida a lei que obrigava as mulheres sauditas a entrarem por uma porta diferente daquela por onde os homens entravam nos restaurantes e a serem atendidas numa área também ela diferente. Esta medida é mais um passo para o lento fim da segregação de género que há muitos anos restinge os direitos da mulheres na Arábia Saudita

Restaurantes e cafés, incluindo cadeias ocidentais tais como a Starbucks, eram obrigados por lei a terem uma entrada para "famílias", ou seja, mulheres que estivessem sozinhas ou com homens que fizessem parte da sua família e crianças, e outra para "homens solteiros". Lá dentro, havia também zonas exclusivas para homens, a que as "famílias" não tinham acesso. Já nos sítios pequenos, com pouco espaço para que esta separação fosse feita, as mulheres eram proibidas. 

Ainda que a obrigação tenha sido abolida, os estabelecimentos podem continuar a ter entradas e áreas de serviço diferente para homens e mulheres, uma vez que a população mais conservadora irá continuar a cumprir este requisito. Ficará então do lado dos negócios a tomada de decisão.

Esta é mais uma reforma implementada pelo Governo do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman no que diz respeitos à liberdade das mulheres, juntando-se a medidas como a autorização dada às mulheres para viajarem para o estrangeiro sem a autorização de um homem da família, para assistirem a jogos de futebol no estádio ou mesmo a aceder a empregos que até então estavam reservados a homens. A medida mais impactante dos últimos tempos foi a que permitiu às mulheres conduzirem automóveis.  

Ainda assim, muitos ativistas afirmam que estas autorizações são uma pequena parte do que se pode fazer e que ainda há muitas leis que restringem os direitos das mulheres.