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Sampaoli se reúne com o presidente do Santos, faz exigências e se distancia do clube

Técnico pede investimento em reforços e fim dos jogos em São Paulo; diretoria analisa


Maurício de Souza/Estadão Conteúdo

O técnico Jorge Sampaoli ficou mais distante do Santos após reunião na manhã desta segunda-feira com o presidente do clube, José Carlos Peres. O argentino exigiu forte investimento em contratações e o fim dos jogos no Pacaembu para permanecer na Vila Belmiro em 2020.

O encontro afastou o treinador do Santos. Os pedidos de Sampaoli estão longe do que a diretoria pode oferecer. O Palmeiras, que tem o argentino como única opção para comandar o time no ano que vem, monitora a situação.

Sampaoli chegou ao CT Rei Pelé por volta das 9h, Peres um pouco depois. O argentino deixou o local por volta das 12h30, sem falar com os jornalistas que o aguardavam do lado fora. O presidente do clube saiu do centro de treinamentos por outro portão. Ele também não atendeu as ligações feitas pela reportagem.

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Nos últimos meses, Peres repetiu que o Santos não terá condições de fazer grandes investimentos para o ano que vem. Ele sugeriu que Sampaoli utilizasse atletas da base para montar o time de 2020.

Neste ano, o Santos comprometeu cerca de R$ 80 milhões na contratação de 14 jogadores – alguns deles, como Cueva (R$ 29 milhões que começam a ser pagos no ano que vem), pouco foram utilizados. O plano de Sampaoli para a próxima temporada tem cifras superiores a essa.

O clube caminha em direção oposta. Jogadores importantes, como Gustavo Henrique e Derlis González, deixarão o time. Lucas Veríssimo é aposta de venda para fazer caixa. Outros mais também podem se despedir, como o lateral Jorge, emprestado pelo Monaco.

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Para 2020, o Conselho Deliberativo aprovou proposta de orçamento com diminuição das receitas, o que obviamente prejudica a capacidade de investimento em novos jogadores. A previsão passou de R$ 379 milhões em 2019 para R$ 249 milhões em 2020.

Sampaoli não quer jogos no Pacaembu

As partidas em São Paulo também foram ponto de atrito na reunião. Peres prometeu, em campanha, que utilizaria o Pacaembu em metade dos jogos do Santos para se aproximar da torcida da capital e para arrecadar mais com bilheteria e sócios por causa da capacidade mais limitada da Vila Belmiro.

Sampaoli sempre se posicionou contra essa iniciativa e conseguiu evitar os jogos no Pacaembu no segundo semestre. Peres, porém, não abre mão do estádio paulistano, para o qual, inclusive, negocia parceria com a empresa que ganhou a concessão do local, repassado neste ano pela Prefeitura de São Paulo à iniciativa privada.

No Santos, os pedidos feitos pelo técnico nesta segunda-feira foram compreendidos como uma forma de forçar uma saída do clube.

Mas e o contrato do Sampaoli?

Sampaoli tem contrato até o final de 2020, mas há meses deixa aberta a possibilidade de sair do Santos com o fim do Campeonato Brasileiro.

O acordo original previa multa de rescisão de R$ 10 milhões. Sampaoli pediu que a cláusula fosse retirada do acordo, mas Peres, quando questionado sobre o assunto, negou que o pedido tenha sido atendido. O treinador se recusou a responder, alegando "confidencialidade".

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