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Boris Johnson a sair do autocarro de campanha.
© Ben Stansall/Pool via REUTERS

A três dias das eleições, conservadores de Boris ganham força nas sondagens

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Eleitores britânicos vão às urnas na quinta-feira e os líderes dos principais partidos estão na reta final da campanha. Boris Johnson debaixo de fogo por fotografia de criança de quatro anos a dormir no chão num hospital por falta de camas.

Numa semana, os conservadores de Boris Johnson aumentaram em cinco pontos percentuais a sua diferença para os trabalhistas de Jeremy Corbyn, segundo uma sondagem Survation para o programa Good Morning Britain, da ITV. Os Tories têm 45%, enquanto o Labour tem 31%, uma diferença de 14 pontos. A sondagem Survation foi feita por telefone a 1012 eleitores entre 5 e 7 de dezembro. Os eleitores vão às urnas na próxima quinta-feira.

"Muitos eleitores do Labour com quem falámos vivem em circunscrições onde a escolha tática pode ser votar nos Liberais Democratas se quiserem impedir um conservador de ganhar. No início da nossa série de sondagens para o Good Mortning Britain, 48% dos eleitores do Labour disseram-nos que 'pensavam votar por um partido ou candidato que não era a sua primeira escolha para impedir um candidato ou partido, de que não gostam, de ganhar'", lê-se no documento. Contudo, "o nível de voto tático e a coordenação necessárias para alcançar o objetivos da maioria de eleitores que defendem ficar na União Europeia teria que ser significativo para ultrapassar a maioria conservadora".

Um dos principais especialistas em sondagens do Reino Unido, Sir John Curtice, deixou contudo o alerta no The Andrew Marr Show, da BBC, no último fim de semana. "Estamos de volta onde estávamos no início da campanha. Houve movimento tanto do lado do Labour como do Partido Conservador, ambos ganharam terreno. O Labour à custa dos Lib-Dem, os conservadores do Partido do Brexit", explicou.

"Os conservadores estão certamente ainda na pole position, mas não estão necessariamente tão adiantados que têm garantida uma maioria", acrescentou, alertando para o risco desse "voto tático". "A razão porque estamos a falar tanto de voto tático no lado do Remain [dos que querem ficar na União Europeia] é porque este tem estado dividido entre o Labour e os Lib Dem, apesar de estar mais concentrados nas mãos dos trabalhistas", indicou no programa.

Na sondagem das sondagens, compilada pela Press Association, a diferença é de dez pontos percentuais, com os conservadores a conquistarem 43% e o Labour a surgir com 33%. A mesma diferença na última sondagem YouGov.

Num artigo do The Times, falando das sondagens do fim de semana, Curtice refere ainda que há duas que tentam traduzir a vantagem conservadora em deputados, com uma a dar 344 lugares aos Tories no Parlamento e a outra a dar 345. "Se o primeiro-ministro sair com uma maioria de 40 a 50 lugares, estes números implicam que os conservadores teriam o maior partido na Câmara dos Comuns desde 1987. Johnson seria o primeiro chefe de governo conservador desde [Margaret Thatcher] a governar sem ter que estar sempre a olha por cima dos ombros, para os deputados do próprio partido".

Campanha

Com um olho nas sondagens, os líderes dos principais partidos estão na rua em campanha. Esta segunda-feira fica marcada pela entrevista de Boris Johnson à ITV.

O jornalista tentou mostrar a Johnson uma foto, publicada no Daily Mirror, de uma criança de quatro anos que teve que dormir no chão de um hospital de Leeds, apesar de se suspeitar que tivesse pneumonia, por falta de camas. O jornalista mostrou a foto no seu telemóvel e o primeiro-ministro pegou no aparelho e colocou-o no bolso, aparentemente sem querer olhar. Depois da insistência do jornalista, ele tirou o telemóvel do bolso e olhou para o ecrã. "É uma foto terrível e peço desculpas à família e a todos os que tiveram uma má experiência no Serviço Nacional de Saúde [NHS, na sigla em inglês]", disse Johnson.

Questionado por outros jornalistas sobre porque não quis olhar para a foto, Johnson não respondeu diretamente e reiterou as promessas dos conservadores para investir mais no NHS. Corbyn aproveitou o escândalo para reiterar que os trabalhistas não vão deixar que o NHS seja vendido aos norte-americanos. Uma acusação que tem feito na campanha, tendo mostrado documentos que alegadamente mostram como o governo britânico e o norte-americano estão em discussões para um acordo comercial que supostamente inclui o NHS.