Novo algoritmo do Google entenderá melhor nossos padrões de fala
by Felipe DemartiniTudo sobre
Saiba tudo sobre Google Ver mais
O Google está liberando nesta segunda-feira (09) uma grande mudança no algoritmo de seu sistema de pesquisas, com uma nova inteligência artificial, que deve afetar 12% das pesquisas realizadas na língua portuguesa, ou uma em cada oito. A ideia é que a nova tecnologia tenha um entendimento melhor de frases e contextos, bem como trabalhe de maneira aprimorada com gírias, sinônimos e outras expressões idiomáticas.
De acordo com a empresa, se trata da maior alteração já feita em seu motor de busca nos últimos cinco anos. O Bert (sigla em inglês para Representações Encodadas Bidirecionais a partir de Transformadores) vem para resolver o que era uma pedra no sapato do Google já há algum tempo: o número alto de buscas que trazia combinações que o sistema nunca havia visto antes, e que na maioria das vezes, fazia com que os resultados apresentados fossem imprecisos ou não apresentassem as informações relevantes que o usuário está buscando.
Até esta segunda-feira (09), a leitura das frases era feita de forma sequencial, palavra por palavra. Por isso mesmo, muita gente está acostumada a realizar buscas sem a necessidade de formular uma sentença, apenas jogando os termos na caixa de pesquisa. O problema disso é que, no caso de sinônimos, o contexto poderia ser deixado de lado. Palavras como “banco” e “praça”, por exemplo,podem ter diferentes significados, com o contexto da frase em si determinando isso. Banco de praça é uma coisa, banco na praça é outra e, sem uma frase, a plataforma não tinha como saber o que o usuário busca.
Com as mudanças, usar apenas termos pode não ser mais tão eficaz, de acordo com o Google, já que até mesmo preposições e conjunções podem ser levadas em conta. A ideia é que os usuários passem a usar frases completas para realizar pesquisas, com o algoritmo sendo alimentado não apenas pelo próprio uso, como já acontece hoje em dia, mas também por livros e artigos da Wikipédia. É um trabalho de anos, que passa a funcionar em 70 idiomas, incluindo o inglês e, claro, o português brasileiro.
Junto com a adoção do novo algoritmo, o Google também passa a utilizar supercomputadores no processamento não apenas do aprendizado do Bert, mas também na exibição de resultados de buscas. Além disso, a nova infraestrutura também deve facilitar o desenvolvimento de assistentes de voz, já que a ideia da empresa é que os usuários não mais precisem “falar como robôs” para serem entendidos por essas tecnologias. Elas também devem passar a entender melhor os contextos e palavras de uma ordem dada. O uso cada vez maior de voz para a realização de pesquisas, inclusive, foi citado como um dos motores para a aplicação do Bert.
Após esse lançamento, o trabalho continua. De acordo com o Google, cientistas e pesquisadores de inteligência artificial seguem debruçados sobre o Bert para fazer com que a máquina entenda melhor como os seres humanos se comunicam, gerando avanços no campo do processamento de linguagem natural. Além disso, claro, o próprio algoritmo deve mudar de acordo com a evolução das linguagens, com a ideia sendo que ele se torne mais preciso e eficaz com o passar do tempo.