Jovem guarda-redes descreve clima de terror na Academia de Alcochete
Luís Maximiano, guarda-redes do Sporting com 20 anos, presta esta segunda-feira depoimento no julgamento da Academia de Alcochete. Através de vídeoconferência a partir do Tribunal do Montijo, o jogador disse que assim que teve início a invasão, houve uma tentativa de fechar as portas dos balneários, mas os agressores conseguiram entraram.
O guarda-redes estava a sair da sala das botas, junto ao balneário, quando começou a invasão. "O Vasco Fernandes fechou a porta das botas, de acesso ao campo, mas eles (agressores) tentaram entrar por essa porta e batiam na janela". Instantes depois, Luís Maximiano viu cerca de 20 indivíduos a entrar no balneário pela porta principal e nessa altura instalou-se o caos.
"O William Carvalho e o Rui Patrício levaram um murro no peito, o Fredy Montero levou um estalo, o Battaglia levou com um garrafão, o Ludovico levou com um estojo, o Misic levou com um cinto na cara e o Acuña levou pontapés", descreveu. Luís Maximiano, que considerou ainda que apenas Misic foi agredido por "mero acaso, os restantes jogadores foram agredidos de propósito". Ele próprio não foi agredido.
Ao sair, os agressores atiraram pelo menos duas tochas acesa para o balneário e o fisioterapeuta Mário Monteiro foi atingido por uma. "O Mário Monteiro estava em pânico", referiu Luís Maximiano, acrescentando que ao abandonarem o espaço, os agressores referiram "não ganhem no domingo que vocês vão ver". O Sporting viria a perder a final da Taça de Portugal, contra o Desportivo das Aves.
O guarda-redes que treina no Sporting desde os 13 anos descreveu ainda o medo com que ficou depois do ataque. "Fiquei com medo porque estava a dar os primeiros passos na equipa principal num clube onde treinava desde pequeno".