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Foto: EPA/YURI KOCHETKOV

Rússia banida dos Jogos Olímpicos 2020 e Mundial de Futebol 2022

A Rússia foi castigada com quatro anos de suspensão de todos os eventos desportivos globais, pela Agência Mundial Antidopagem (AMA), o que atinge eventos como os Jogos Olímpicos de Tóquio e o Mundial de Futebol do Qatar.

O castigo significa que a bandeira russa não será hasteada nos Jogos Olímpicos, podendo alguns atletas, que provem não estar envolvidos no escândalo de doping no país, participar nos eventos sob uma bandeira neutra.

De acordo com um porta-voz da AMA, "a decisão foi tomada por unanimidade" esta segunda-feira, em Lausana, na Suíça, na sequência de declaração de não-conformidade, em janeiro, do organismo russo que controla o doping no país, por manipulação de dados laboratoriais.

A decisão, tomada pelo comité da AMA que avalia o cumprimento dos regulamentos, é passível de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).

A sanção hoje imposta não tem qualquer influência no Europeu de futebol do próximo ano, competição que terá uma das suas sedes em São Petersburgo como uma das cidade-sede, para a qual o país está qualificado, por a UEFA não estar integrada na lista de entidades organizadoras de grandes competições.

De acordo com a AMA, "os atletas que quiserem participar em Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, ou em qualquer outro evento abrangido pela decisão, terão de provar que não estão envolvidos nos programas de doping descritos no relatório McLaren, ou que as suas amostras não foram falsificadas".

Em 18 de julho de 2016, a AMA divulgou um relatório, elaborado pelo professor canadiano Richard McLaren, segundo o qual o governo russo dirigiu um programa de dopagem no desporto com apoio estatal, com participação ativa do ministro dos Desportos e dos serviços secretos.

Segundo o relatório, o esquema abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos Londres2012 e Sochi2014 (inverno), as Universíadas e os Mundiais de atletismo de 2013.

Desde então, o desporto russo tem sido abalado pelo escândalo, que levou o Comité Olímpico Internacional (COI) a colocar nas mãos das federações de modalidade a decisão de autorizar os atletas a participar nos Jogos Olímpicos Rio2016, mas sob bandeira neutra.

O Comité Paralímpico Internacional (IPC) tomou uma decisão mais radical, proibindo a participação do país nos Jogos Paralímpicos Rio2016.

A AMA retirou, entretanto, por um período de quatro anos a licença à Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA), restituída em setembro de 2018 sob algumas condições.

Em setembro passado, a AMA acusou a Rússia de ter enviado dados aparentemente alterados, com evidências claras de doping a serem apagadas seletivamente.

Na sequência deste episódio, um comité independente da AMA recomendou a suspensão, por quatro anos, da Rússia de futuras competições desportivas por falsificação de dados laboratoriais encaminhados para os investigadores.