Finlândia: primeira-ministra mais jovem do mundo forma coalizão com outras 4 mulheres
A finlandesa Sanna Marin, 34, será a mais jovem primeira-ministra do mundo, à frente de uma coalizão de governo de centro-esquerda com outros quatro partidos também liderados por mulheres.
Marin, atual ministra dos Transportes, deve ser oficializada no posto nesta semana. Ela foi escolhida pelo Partido Social-Democrata após a renúncia da primeira-ministra Antti Rinne.
Esta perdeu a confiança de seu partido após seis meses no cargo por causa da forma como conduziu uma greve no serviço postal.
"Nós teremos bastante trabalho para recobrar essa confiança", afirmou Marin, que ganhou por uma margem apertada de votos.
Quando assumir o cargo, ela será a líder mundial mais jovem, ao lado da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que tem 39 anos, e do premiê ucraniano Oleksiy Honcharuk, com 35.
Marin rebateu questionamentos sobre sua idade: "Eu nunca levei em conta minha idade ou meu gênero. Eu penso nas razões que me levaram à política e nas coisas que me fizeram ganhar a confiança do eleitorado".
Ela será a terceira mulher a ocupar esse posto no país nórdico. Os sociais-democratas saíram das eleições de abril passado como a maior força política, e por isso podem apontar o primeiro-ministro que vai liderar a coalizão de governo.
As outras líderes que integram o arranjo político à frente do país são Katri Kulmuni (32), do Partido de Centro, Li Andersson (32), da Aliança de Esquerda, Maria Ohisalo (34), da Liga Verde, e Anna-Maja Henriksson (55), do Partido dos Suecos na Finlândia.
Segundo o jornal finlandês YLE, Sanna Mirella Marin foi criada por mãe solteira e se tornou o primeiro membro de sua família a chegar à universidade. Ela tem mestrado em administração pela Universidade de Tampere, onde produziu uma dissertação sobre a profissionalização de lideranças políticas em cidades finlandesas.
Marin se aproximou da política em 2006, quando tinha cerca de 20 anos. Foi eleita para o primeiro mandato no Parlamento em 2015. "Envolver-se e fazer a diferença representam os direitos civis para mim. Mudar as coisas demandam comprometimento. Não podemos assumir que o Estado do bem-estar social, ou as regras trabalhistas, está garantido. Eles resultam de determinação e trabalho duro", afirmou em seu perfil oficial no site do governo.
A crise climática também está entre suas bandeiras. "As mudanças do clima e a perda de biodiversidade são alguns dos nossos maiores problemas."
A Finlândia, que atualmente ocupa a presidência rotativa da União Europeia, tem 5,5 milhões de habitantes e está entre os dez países como a melhor educação do mundo, segundo dados do Pisa 2018, exame educacional realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No país nórdico, 9 em cada 10 adultos completaram o equivalente ao ensino médio - no Brasil, são 5 em cada 10. A expectativa de vida dos finlandeses é de 82 anos, e a dos brasileiros, de 75 anos.
Em geral, os finlandeses afirmam estar mais satisfeitos com a vida do que a média da OCDE, conhecida como clube dos países ricos.