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Mais de 40 profissionais que passaram pelo projeto foram selecionados para vagas no jornal ou em outras empresas da Rede Bahia (Foto: Marina Silva/CORREIO)

Mais de 120 participantes e impacto na vida profissional: conheça o Correio de Futuro

Programa de treinamento já teve 13 turmas desde 2011

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Em poucas palavras, a jornalista Marília Moreira, 30 anos, define uma experiência que mudou sua vida profissional. “Tudo era decidido em grupo, de forma horizontal, como sempre gostei de trabalhar. Acho que esse é um dos maiores impactos na minha carreira”. O estudante de Jornalismo Gabriel Amorim, 29, mostra outro aspecto. “Saí com uma compreensão ampla do funcionamento do jornal e do dia a dia de um profissional do CORREIO”. 

Marília e Gabriel, separados por algumas gerações de jovens jornalistas, estão falando da mesma coisa. Os dois fizeram parte do mesmo projeto: o programa Correio de Futuro, destinado ao treinamento de estudantes de Jornalismo. Enquanto ela foi integrante da primeira turma, ele participou da 13ª, a última até então. 

Após o programa, os dois tiveram o mesmo destino: a equipe do CORREIO. Marília é repórter do jornal há cinco anos e hoje atua na editoria Sua Diversão. Gabriel, estagiário há um ano, está na editoria Minha Bahia, que cobre notícias locais. Como eles, mais de 120 estudantes passaram pelo projeto. Mais de 40 foram selecionados para vagas de estágio ou de reportagem no jornal ou em outras empresas da Rede Bahia - fora os que estão em outros veículos do país.

Da primeira à 13ª turma, passaram-se oito anos. Os primeiros 10  ‘futuros’ – como são informalmente conhecidos – aportaram no CORREIO em setembro de 2011. Os últimos encerraram a participação no programa em fevereiro de 2019. Até a terceira turma, o programa era uma parceria exclusiva com a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e se chamava Jornalismo de Futuro. A partir da quarta turma, quando foi batizado de Correio de Futuro, o programa passou a contar com estudantes de diferentes universidades. 

Em 2019, a edição anual foi transformada em um prêmio. Anunciado em julho deste ano como parte das comemorações pelos 40 anos do jornal, o Prêmio Jornalismo de Futuro foi um concurso cultural que buscou encontrar melhores iniciativas que promovessem inovação jornalística. Hoje, um grupo de quatro estudantes desenvolve o chamado Leitor Pauteiro, ferramenta para que leitores do jornal enviem sugestões de pauta e ganhem pontos por isso. 

“A cada edição a gente foi vendo o que dava certo e o que não dava. A gente começou com produto do impresso e depois foi evoluindo para o Correio24horas (site do jornal) e para as edições mais voltadas para o digital. Ter mais imersão era uma demanda dos alunos”, explica a analista de recursos humanos Carmen Rezende, que acompanha o programa de perto desde a primeira turma. 

A imersão citada por ela é justamente a segunda fase do programa – quando os estudantes passam algumas semanas acompanhando a rotina da redação. Os participantes acompanham repórteres em pautas externas e em atividades internas, com a possibilidade de observar, tirar dúvidas e até de contribuir com a reportagem que estiver sendo produzida. 

Antes da redação, os estudantes passam por um período de rodas de conversa e palestras com editores do CORREIO, onde aprendem sobre a cobertura diária nas diferentes áreas – da editoria de cidade à editoria de esportes; da economia ao jornalismo cultural. Por fim, a terceira e última fase do projeto inclui a confecção de um produto próprio, com pautas e reportagens sugeridas pela turma. 

De lá para cá, vieram muitos produtos: o caderno ZIN, as revistas NOVE e ÔXE e uma sequência de especiais multimídia nos últimos anos – a exemplo das mais recentes como Tempo Tempo Tempo Tempo. Em comum, o mesmo saldo final: o fato de serem uma espécie de ‘coroação’ do aprendizado de três meses de treinamento.

“A gente ainda tem o nosso programa de estágio tradicional, mas o Correio de Futuro é um programa piloto focado na formação diferenciada. Em um estágio comum, o estagiário chega e vai direto para o dia a dia. Não se estabelece uma relação tão forte entre a teoria e a prática, essa conversa entre academia e empresa. No Correio de Futuro, a gente tem que fazer esse elo”, diz Carmen. 

Academia
Além de serem acompanhados por jornalistas do CORREIO, os participantes do Correio de Futuro têm o suporte de duas professoras que são consultoras do programa. Uma delas é a jornalista Maria Ísis Santos, que é consultora do programa desde a quarta turma. Para Maria, não há dúvidas de que existe um legado para quem passa pelo treinamento. Mais do que uma oportunidade de crescimento profissional, diz, os estudantes passam pelo que ela chama de imersão “refletida”. 

“O programa é feito para os estudantes. O ator principal é o estudante, porque a gente constrói o produto para ele, para o aprendizado dele”, afirma Maria.

Ela acredita que, ao contrário de outros programas de treinamento jornalístico, o Correio de Futuro tem vantagens justamente por ter a mediação das professoras. É uma espécie de campo ‘neutro’ entre a rotina de trabalho e a própria academia. 

“É o momento em que eles estão no ponto de equilíbrio para entender que é possível fazer um jornalismo que zele pelas questões que a gente aprende na academia sem ter de abrir mão do bom senso de entender que a rotina de produção jornalística não pode ter a utopia da academia”, reflete a também professora e consultora do projeto Bárbara Souza, coordenadora do curso de Jornalismo do Centro Universitário Social da Bahia. 

Bárbara diz que foi possível ver crescimento e amadurecimento em todas as turmas que acompanhou.

“É uma experiência enriquecedora inclusive para o estudante dizer que aquilo (ser repórter) não é o que ele quer da vida, no final. É uma experiência para o estudante poder discutir, refletir sobre técnica, ética”, completa Bárbara. 

O editor do site do CORREIO, Wladmir Lima, destaca que o programa funciona como uma espécie de laboratório em que estudantes podem experimentar a rotina de uma redação. A partir daí, podem desenvolver habilidades, técnicas e entender os processos de construção da notícia. 

Ao longo dos anos, muitos estudantes que participaram do programa foram contratados como uma extensão desse processo de aperfeiçoamento. É transformador ter contato com a energia dos estudantes e é sempre uma troca de aprendizados”, diz Lima. 

Coordenadora de projetos do Estúdio Correio, Vanessa Araújo, explicou que o programa foi criado para proporcionar uma experiência diferente para os estudantes a partir do treinamento intensivo da prática jornalística. 

“Através do programa, muitos ‘futuros’ foram efetivados na redação do próprio Correio ou em outros veículos da Rede Bahia e esse é o nosso maior legado, poder contribuir no futuro profissional desses jovens e fazer de um sonho realidade”. 

A gerente comercial do CORREIO, Luciana Gomes, também destaca os benefícios do treinamento. "Costumo dizer que os estudantes deixam o programa prontos para o mercado de trabalho. Muitos saem daqui já contratados é muito bom para o Correio acompanhar e fazer parte dessa jornada".

Na Rede Bahia 
Mas os participantes do programa não ficaram apenas no CORREIO. Há desde aqueles que estão em outros veículos de comunicação da Rede Bahia até os que hoje trabalham na academia e mesmo em outros estados. 

É o caso da jornalista Giulia Marquezini, 29, que desde 2016 é produtora da TV Bahia. Hoje, ela produz dois telejornais: o Bom Dia Sábado e o BATV. Ela participou da sexta turma do programa, em 2014. Antes de entrar no projeto, tinha feito estágios em assessorias de comunicação de órgãos públicos e em uma rádio. 

Mas ainda não tinha experimentado a correria da rotina de repórter.

“O Correio de Futuro foi o pontapé inicial para que eu me sentisse, de fato, dentro de uma redação, que sentisse a correria que eu gosto de fazer. Passear por todas as editorias é uma experiência muito boa porque você passa ter contato com algo que não é sua área e passa até a gostar”, conta.

Após o programa, Giulia foi estagiária do CORREIO. Quando se formou, foi contratada pela TV Bahia. 

Repórter do Ibahia há três anos, a jornalista Isadora Sodré foi uma das integrantes da oitava turma do programa. Assim como Giulia, ela tinha feito estágios em assessorias de comunicação antes de chegar à redação do CORREIO. “Foi bem marcante porque é um projeto bem introdutório em um veículo muito amplo e diverso. Você tem um leque de experiências dentro de um curto período de tempo”, lembra. 

Depois do Correio de Futuro, Isadora se tornou estagiária da TV Bahia. Quando se formou, foi chamada para trabalhar no Ibahia. “O programa me deu a consciência de que eu poderia procurar histórias que pudessem ser pautas. Isso ficou muito firme em mim, porque é a partir das histórias que as pautas surgem”. 

Já o jornalista Ruan Melo, 29, foi integrante da primeira turma do projeto. Ele chegou a deixar um estágio que fazia para ter a experiência no CORREIO com a rotina de um jornal impresso e com a editoria de esporte. Após o programa, em 2011, passou por diferentes veículos da Rede Bahia: a própria TV Bahia, o G1 e o GloboEsporte.com, onde está até hoje.

"Foi importante não só para me capacitar, mas ter certeza de que gostaria de trabalhar nessa área. Com o fim do programa, não sabia se continuaria. Contudo, pouco tempo depois, recebi um convite do RH para participar de uma entrevista para estágio na produção da TV Bahia e fui aprovado. Seis meses depois, fui convidado para integrar o G1. Com o término da faculdade, fui contratado. Pouco mais de um ano depois, aproveitei o surgimento de uma vaga no GloboEsporte.com e pedi a transferência", conta. 

Pelo mundo 
Participante da 1ª turma, o jornalista Alexandro Mota trabalhou no CORREIO por quase seis anos. Hoje, professor do curso de Jornalismo da Ufba, ele define o programa como um “passaporte” para chegar à redação. Antes do projeto, tinha tentado uma seleção de estágio do jornal, mas ainda era “muito verde”. 

“Eu acho que o sucesso do programa estava no modo como essa primeira turma era extremamente curiosa e encantada, mesmo com a redação, e era recebida por Sérgio (Costa), por Paulo Leandro e por Oscar (Valporto) também na mesma energia em relação a gente”, conta Alexandro, referindo-se ao antigo diretor de redação, morto em 2016, e aos antigos secretário de redação e editor-executivo, respectivamente. 

A troca de experiências, segundo ele, tornava o ambiente promissor para aprendizagem. A partir do produto que fizeram – o ZIN – sentiu confiança para o início da profissão. Ainda hoje, como professor, vez ou outra precisa recorrer ao que aprendeu no antigo Jornalismo de Futuro.

“Volto nesse passado para, primeiro, lembrar das inseguranças e curiosidades que um estudante dos semestres iniciais tem e, em seguida, pensar como a vivência do programa, junto com profissionais do Correio e professores da Facom, permitiram com que eu ganhasse mais confiança e tivesse contato direto com aquilo que escolhi como profissão”. 

Repórter do El País há quatro anos, a jornalista Joana Oliveira, 27, foi uma das integrantes da segunda turma do programa, em 2012. Na época, era sua primeira experiência em uma redação. Foi quando ela teve a oportunidade de aprender, na prática, o que até então só tinha visto na teoria, na faculdade. 

“Aprendi muito a ser uma repórter ágil no CORREIO. Isso é uma coisa muito característica do jornalismo baiano. Vejo que os profissionais da Bahia que vêm atuar no eixo Rio-São Paulo, onde eu trabalho hoje, já chegam com esse diferencial. As pessoas vêm mais preparadas e o CORREIO foi essencial nessa formação para mim”, explica Joana. 

Integrante da 10ª turma, a jornalista Milena Teixeira, 23 anos, também trabalha, hoje, em veículos de São Paulo. Além de ser participante do último programa de treinamento do jornal O Estado de S. Paulo, é colaboradora da Revista AzMina. Mas foi em 2016, durante o programa Correio de Futuro, que ela teve certeza de que queria ser repórter. 

“Lembro que fiquei fascinada com os repórteres quando saí pela primeira vez e vi que era aquilo que queria fazer da minha vida. Isso foi muito importante. O programa é uma forma de você saber se quer ou não ser repórter. Todo jovem jornalista deveria participar”, sintetiza. 

O projeto Correio 40 Anos tem oferecimento Bradesco, patrocínio Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional Prefeitura de Salvador, apoio Vinci AirPorts, Sesi, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Sebrae, Itaipava Arena Fonte Nova, Santa Casa da Bahia e Coelba.

Confira depoimentos de repórteres e estagiários que participaram do Correio de Futuro e hoje fazem parte da equipe do CORREIO 

Marília Moreira, 30 anos, repórter do CORREIO há cinco anos – 1ª turma 
"Participei da primeira turma do Correio de Futuro, que à época se chamava Jornalismo de Futuro. Somente estudantes da Ufba participavam do programa e todos que foram aprovados já eram conhecidos meus. A melhor lembrança foi a possibilidade de estreitar laços e pensar juntos o que queríamos. Tudo era decidido em grupo, de forma horizontal, como sempre gostei de trabalhar. Acho que esse é um dos maiores impactos na minha carreira, já que o trabalho do jornalista, querendo ou não, depende de equipe.  Gosto também de trabalhar onde minha voz é ouvida, e isso tem acontecido desde então!"

Confira o ZIN!, produto da turma de Marília

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Produto foi publicado em 16 de dezembro de 2011 

Thais Borges, 26 anos, repórter do CORREIO há sete anos – 2ª turma 
"Fui integrante da segunda turma do programa, no primeiro semestre de 2012. Éramos nove estudantes da Ufba – foi uma das edições em que era uma parceria com a Faculdade de Comunicação – e o nosso número chegou a ser o nome do nosso produto final, a revista NOVE. Com pautas sobre amor e diferentes aspectos de sexualidade e relacionamentos, escolhemos o nome porque algum cálculo da numerologia dizia que era o número do amor perfeito. 

Para mim, foi uma experiência única. Talvez uma das melhores coisas que tive a oportunidade de fazer no jornalismo. Antes de entrar no programa, eu, uma estudante de 4º semestre, nunca tinha pisado em uma redação. Tinha dúvidas se tinha escolhido a carreira certa. Quando vim parar aqui, senti que era realmente uma escolha para a vida. 

Todas as decisões eram coletivas, tudo era feito em conjunto. Era tudo tão horizontal que dois dos maiores gigantes do jornalismo que já conheci, o então editor executivo, Oscar Valporto, e o então diretor de redação, Sérgio Costa (in memoriam) escutavam nossas considerações como se fôssemos gente grande. Para mim, era uma troca. Era como se não apenas nós aprendêssemos com eles, mas eles também aprendessem conosco. E o melhor: ainda que, dos nove da minha turma apenas eu esteja aqui atualmente, muitos de nós continuamos amigos até hoje". 

Confira a revista NOVE, produto da turma de Thais 

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Revista foi encartada no dia 26 de junho de 2012 

Monique Lôbo, 30 anos, subeditora do CORREIO – 3ª turma 
"Costumo dizer que a faculdade nos dá ferramentas, mas o que nos forma, realmente, é o dia a dia da profissão. Eu comecei minha formação como repórter quando, em 2012, entrei na terceira turma do, então, Jornalismo de Futuro. Na época, o projeto era composto por dois períodos – um de imersão e outro de produção – em um prazo total de três meses. Coincidiu desses três meses serem, também, os últimos da minha graduação.

Lembro que, na véspera da minha defesa do trabalho de conclusão do curso, aconteceu a última atividade do programa: uma palestra com o jornalista Mário Magalhães sobre seu livro recém lançado Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo. Ao final do evento, quando todos foram buscar seus autógrafos, ao que me aproximei da mesa, o saudoso Sérgio Costa (1961-2016), então diretor executivo do CORREIO, disparou: “essa tem banca amanhã”. Mário, surpreso, respondeu: “e o que você está fazendo aqui, menina? Vá se preparar”. Sorri meio sem jeito e entreguei meu livro. Na dedicatória, ele escreveu: “Para Monique, com os votos de boa sorte na banca e um beijo do colega. Mário. Salvador, 4 dez. de 2012”.

Nada é mais representativo que esta dedicatória quando eu penso no programa CORREIO de Futuro. A partir dele eu me tornei “colega” de profissionais que sempre admirei. E ser membro desse “grupo” sempre me encheu de orgulho. Trabalhei por quatro anos como repórter no jornal e vivi algumas das experiências mais marcantes da minha vida adulta dentro desta redação. Retornei ano passado como subeditora a convite da editora-chefe, Linda Bezerra, e, mais uma vez, este ano. A redação deste jornal me formou e o CORREIO de Futuro foi o ponto de partida. Ao programa, a todos os envolvidos em sua existência e manutenção e aos meus COLEGAS de redação eu só tenho a dizer: muito obrigada". 

Confira a Revista ÔXE!, produto da turma de Monique

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A ÔXE! foi publicada em 29 de janeiro de 2013

Naiana Ribeiro, 25 anos, repórter do CORREIO há cinco anos – 6ª turma

"As melhores lembranças que tenho são das reuniões com as professoras e das imersões na redação. Me lembro de uma reunião final do Trabalho Com Sexo, primeiro produto da minha turma (o digital, quando era separado), em que preparamos um slide super informativo sobre o Dia do Trabalho e os dados de busca de coisas relacionadas a sexo no Google. Oscar (Valporto), o editor-chefe da época, ficou impressionado com a proposta e disse que se todas as pautas fossem como aquela, o jornal ia vender muito bem todos os dias.

Uma memória engraçada: em uma pauta que tive no Trabalho Com Sexo, sobre telessexo, liguei para um número do serviço que apareceu no Google e conheci Rose Della Volpe, paulsita que prestava o serviço há bastante tempo. Lembro que fiquei quase 40 minutos no telefone com ela e a conversa/entrevisita foi ótima. No mês seguinte, uma surpresa: quase R$ 150 com a ligação na conta telefônica. Me lembro de virar uma 'rata de redação'. Ficava muito tempo no CORREIO e oferecia ajuda para todo mundo até fora do trabalho... Foi ali que efetivamente fui 'mordida' pelo jornalismo. 

O Correio de Futuro foi essencial para a minha formação enquanto jornalista e para o meu amadurecimento pessoal. Devo muito do que sei hoje aos ensinamentos e a tudo que aprendi nas imersões do programa. Além de apresentar esse universo da comunicação aos estudantes, o projeto permite reflexões sobre temas contemporâneos e promove discussões e abordagens diferenciadas, que contribuem para o desenvolvimento da Bahia e do mundo. Se hoje escrevo matérias em diversas áreas, produzo vídeos, fotos, peças gráficas e produtos digitais, devo muito ao Correio de Futuro. 

Além disso, acredito que o projeto promove uma imersão menos abrupta no mercado de trabalho. Isso porque, quando somos estagiários, já temos responsabilidades e demandas diárias. No programa Correio de Futuro existe um acompanhamento mais próximo dos professores e editores antes de efetivamente começarmos a trabalhar".

Confira o especial Copas, produto da turma de Naiana 

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O especial Copas foi publicado durante a Copa do Mundo do Brasil, em 2014

Hilza Cordeiro, 24 anos, repórter do CORREIO há dois anos – 9ª turma

"Eu participei da 9ª turma do programa, em 2015, na qual produzimos um especial sobre estrangeiros que viviam em Salvador. Escrevi, junto com minha colega Luana Silva, uma matéria sobre o mercado de casamentos de fachada entre gringos e brasileiras, um meio ilegal utilizado como alternativa para conseguir visto de permanência no Brasil. Foi um desafio fazer essa matéria porque éramos muito novas na atividade jornalística e Luana chegou a ser ameaçada por uma fonte que deu depoimento.

Eu lembro também de ter ficado muito nervosa ao visitar a sede do escritório de uma empresa que agenciava relacionamentos entre mulheres soteropolitanas e estrangeiros, de onde fui enxotada. Eram muito divertidas as reuniões de sexta-feira, quando compartilhávamos com os colegas as histórias doidas por trás da apuração. Logo depois que o programa acabou, acabei virando estagiária do jornal e fui contratada um ano depois de formada. Eu tenho certeza que ter participado do Correio de Futuro foi decisivo para minha entrada no jornalismo porque aprendi as técnicas diárias ao lado de repórteres e editores que eram pacientes em ensinar, mesmo com todas as limitações de tempo. O projeto me ajudou a conhecer melhor essa cidade tão maravilhosa quanto caótica que é Salvador, onde gente de todo o mundo escolheu morar".  

Confira o especial Soteromundo, produzido pela turma de Hilza

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O especial foi publicado no fim de 2015

Fernanda Santana, 22 anos, repórter do CORREIO há dois anos – 12ª turma

"O Correio de Futuro me ensinou, durante três meses, a conviver e trabalhar com as diferenças de uma maneira que todos possam ser ouvidos. Um ensinamento que acho importantíssimo na nossa rotina jornalística, que pede sempre adaptações e trocas diariamente. Durante o projeto, viajar ao Baixo Sul da Bahia e conhecer as realidades de jovens que escolheram viver no campo, buscando formas mais sustentáveis de se relacionar com a natureza, foi definitivamente transformador". 

Confira o especial Salvador Concreta, da turma de Fernanda

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A publicação do Salvador Concreta aconteceu em 2017

Gabriel Amorim, 29 anos, estagiário do CORREIO há um ano – 13ª Turma 
"O Correio de Futuro me fez compreender e vivenciar de fato o que significava a prática jornalística. Pela própria estrutura do programa, com a possibilidade de passar por todas as editorias, por exemplo, saí de lá com uma compreensão ampla do funcionamento do jornal e do dia a dia de um profissional do CORREIO. 

Alguns momentos foram marcantes pra mim como a primeira matéria que assinei ou a construção do nosso caderno especial com o tema sugerido por mim. Resolvi destacar aqui a lembrança da cobertura do Festival da Virada. Foi minha primeira experiência com a cobertura em tempo real de um evento grande e trabalhando com os prazos apertados de um impresso. 

Ver cada matéria no jornal do dia seguinte aos shows me fez entender que eu estava sim me tornando um profissional de qualidade e acabou me fazendo deixar de lado várias inseguranças que me acompanharam durante um bom tempo do curso". 

Confira Tempo Tempo Tempo Tempo, o especial da turma de Gabriel 

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Especial foi publicado em fevereiro de 2019

Gabriel Moura, 22 anos, estagiário do CORREIO há um ano – 13ª turma
"O momento mais marcante foi quando eu estava dentro de um ônibus e vi que o homem que estava sentado na cadeira da frente lia uma matéria que eu escrevi. A minha vontade foi de chegar e falar: "ei, boa tarde. Fui eu que fiz esse paranauê aí". Mas controlei o deslumbramento. Ainda assim, senti uma mistura de felicidade e responsabilidade, pois as pessoas tiram alguns minutos do seu dia para ler algo que eu escrevi e é minha função fazer com que este momento valha a pena. Durante os três meses do projeto eu aprendi mais do que em três anos de faculdade. Além de ter contato com a parte prática do jornalismo, tive a oportunidade de rodar por todas as editorias do jornal, além de receber palestras, dicas e ensinamentos de alguns dos melhores jornalistas da Bahia".

Confira Tempo Tempo Tempo Tempo, o especial da turma de Gabriel