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Foto: Divulgação

Câncer de pulmão: aumento dos casos da doença podem ter relação com poluição e mutação genética

Tabagismo é responsável por cerca de 85% dos diagnósticos

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O câncer de pulmão, mais letal dentre os tumores, é responsável por 18,2% de todas as mortes pela doença no mundo. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostra que o Brasil terá mais de 30 mil novos casos por ano em 2018 e 2019. Enquanto o tabagismo é responsável por cerca de 85% dos diagnósticos, é importante lembrar que existem vários subtipos desse câncer, e alguns não possuem relação com o fumo.

O número de casos entre pessoas que nunca fumaram tem mostrado evolução principalmente após a década de 90. Entre os principais fatores relacionados a este crescimento estão a exposição ao gás radônio, gás radioativo liberado do solo em regiões ricas em minério, o fumo passivo e a poluição ambiental. Entretanto, além destes casos, existem alguns subtipos de câncer causados por mutações genéticas.

Dra. Renata Eiras Martins, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), explica que o câncer de pulmão é dividido entre pequenas células (CPPC) e não pequenas células (CPNPC). "Entre 80% a 92% dos diagnósticos são de não pequenas células, e dentro dessa categoria de tumor existe o adenocarcinoma, que representa 43,3% dos casos", afirma o médico. "Apesar do tabagismo ser o maior fator de risco para a doença, existem subtipos mais incidentes em não fumantes, como é o caso do adenocarcinoma com mutação no receptor EGFR," diz a oncologista.

Como existem diversos fatores de risco para o câncer de pulmão, além do tabagismo, ao perceber sintomas como dor no tórax, tosse, falta de ar, escarros com sangue e perda de peso, é importante procurar um médico imediatamente. "Um dos problemas do câncer de pulmão é o diagnóstico tardio. A rapidez com que o paciente procura um médico e faz os exames específicos que são capazes de identificar com precisão o subtipo da doença interfere na evolução da doença e nos resultados do tratamento adequado", conta a médica.

No caso específico do câncer de pulmão de não pequenas células causado por mutações genéticas, a terapia-alvo, um dos métodos mais avançados no combate ao câncer, é o tratamento mais recomendado.

Fumante ou não-fumante: é importante estar atento aos sintomas respiratórios persistentes, pois o tabaco não é o único fator de risco. A inalação de alguns agentes químicos tóxicos, a poluição e fatores genéticos também podem desencadear esse o câncer de pulmão.