Esta é a oração que o Papa Francisco rezou diante da Imaculada Conceição
by Mercedes de la TorreVaticano, 09 Dez. 19 / 08:45 am (ACI).- O Papa Francisco rezou a Nossa Senhora, como faz todo dia 8 de dezembro, na popular Praça Espanha, em Roma, onde está localizado o monumento da Imaculada Conceição, cuja solenidade foi comemorada ontem.
O Santo Padre chegou à Praça às 15h05 (hora de Roma), depois de ter ido à Basílica de Santa Maria Maior, onde rezou brevemente diante do ícone de Salus Populi Romani, padroeira e protetora do povo romano.
Ao chegar, o Pontífice abençoou os fiéis reunidos na praça e depois foram cantadas as ladainhas de Nossa Senhora.
Em seguida, o Papa Francisco ficou em frente à grande coluna sobre a qual está a estátua da Imaculada e pronunciou esta oração com profunda devoção:
Oh Maria Imaculada,
Reunimo-nos em torno a ti mais uma vez.
Quanto mais caminhamos na vida
aumenta cada vez mais a nossa gratidão a Deus
por ter-nos dado como mãe a nós, que somos pecadores,
Tu és Imaculada.
Entre todos os seres humanos, tu és a única
preservada do pecado, como mãe de Jesus
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Mas esse teu privilégio único
foi dado a ti para o bem de todos nós, seus filhos.
De fato, olhando para ti, vemos a vitória de Cristo,
a vitória do amor de Deus sobre o mal:
onde abundava o pecado, ou seja, no coração humano,
a graça transbordou,
pelo poder manso do sangue de Jesus.
Tu, Mãe, nos lembra que, sim, somos pecadores,
mas não somos mais escravos do pecado!
O teu filho, com seu sacrifício,
quebrou o domínio do mal, venceu o mundo.
O teu coração narra a isso a todas as gerações
tão claro quanto o céu onde o vento dissolveu todas as nuvens.
E então tu nos lembra que não é a mesma coisa
ser pecador e ser corruptos: é bem diferente.
Uma coisa é cair, mas depois, arrependido, confessar-se
e levantar-se com a ajuda da misericórdia de Deus.
Outra coisa é a conivência hipócrita com o mal,
a corrupção do coração, que é impecável por fora,
mas por dentro está cheio de más intenções e egoísmos mesquinhos.
A tua pureza límpida nos chama à sinceridade,
à transparência, à simplicidade.
Quanto precisamos ser libertados
da corrupção do coração, que é o perigo mais grave!
Isso nos parece impossível, estamos tão acostumados,
e em vez disso está ao nosso alcance. Basta olhar para o teu sorriso de mãe,
para a tua beleza incontaminada,
sentir novamente que não fomos feitos para o mal,
mas para o bem, para o amor, para Deus!
Por isso, ó Virgem Maria,
hoje eu confio a ti todos aqueles que nesta cidade
e em todo o mundo, são oprimidos pela desconfiança,
pelo desânimo por causa do pecado;
aqueles que pensam que para eles não há mais esperança,
que suas culpas são muitas e grandes demais,
e que Deus não tem tempo a perder com eles.
Confio todos a ti, porque tu não és apenas mãe
e, como tal, nunca deixa de amar teus filhos,
mas tu és também a Imaculada, cheia de graça,
e podes refletir dentro da escuridão mais profunda
um raio da luz do Cristo ressuscitado.
Ele, e somente Ele, quebra as correntes do mal,
liberta dos vícios mais implacáveis,
dissolve os laços mais criminosos,
amolece os corações mais endurecidos.
E se isso acontece dentro das pessoas,
como a face da cidade muda!
Nos pequenos gestos e nas grandes escolhas,
os círculos viciosos tornam-se virtuosos pouco a pouco,
a qualidade de vida se torna melhor
e o clima social mais respirável.
Obrigado, Mãe Imaculada,
por nos lembrar que, pelo amor de Jesus Cristo,
não somos mais escravos do pecado,
mas livres, livres para amar, de nos querer bem,
de nos ajudar como irmãos, mesmo que diferentes de nós.
Obrigado porque, com a tua candura, nos encoraja
a não ter vergonha do bem, mas do mal;
nos ajuda a manter o maligno longe de nós,
que com engano nos atrai para si, nos espirais da morte;
nos dê a doce lembrança de que somos filhos de Deus,
Pai de imensa bondade,
fonte eterna de vida, beleza e amor.
Amém.
Ao concluir a oração, o Papa Francisco cumprimentou algumas das autoridades religiosas e civis presentes. Depois, foi abençoar muitos pacientes em cadeiras de rodas enquanto o coral cantava a música tradicional "Ave, Ave, Ave Maria" que os peregrinos cantam no Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (França).
Finalmente, o Pontífice cumprimentou três guardas civis espanhóis e, a pedido de um guarda, colocou-se brevemente um tricórnio, o tradicional chapéu preto de seu uniforme.