Três anos depois de acidente aéreo, Chapecoense ainda responde a 28 ações judiciais
Clube já teve 28 acordos realizados judicialmente e 17 extrajudiciais
Sirli Freitas/Chapecoense
Nesta sexta-feira, o acidente com o avião que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, e que deixou 71 vítimas fatais, completa três anos. Responsável por alugar a aeronave da empresa LaMia, o clube ainda responde à 28 ações judiciais, entre trabalhistas e cíveis. Até o momento, foram 45 acordos realizados.
Desde a tragédia, o clube foi acionado 56 vezes na justiça. Destas ações, 38 foram trabalhistas. Ou seja, de familiares de jogadores e outras pessoas que trabalhava para a Chapecoense ou eram prestadores de serviço. As outras 18 foram cíveis, propostas por parentes de vítimas que não possuíam contrato de trabalho com a equipe, como diretores, jornalistas e convidados.
Disposta a entrar em acordo com os familiares, a Chapecoense já realizou 17 pactos extrajudiciais, em pedidos que sequer foram para a justiça. Dos que se tornaram ações, 28 também acabaram em acordo.
No momento, o clube responde a 10 ações trabalhistas e às 18 ações cíveis, onde ainda não houveram acordos.
O prazo para o ingresso de ações trabalhistas se encerrou no aniversário de dois anos da tragédia, em 2018. A exceção é para funcionários e atletas com filhos menores de 18 anos, que só poderão mover processo quando completarem a maioridade. As cíveis possuem um maior prazo para serem impetradas.
Preocupação financeira pelo rebaixamento
O rebaixamento da Chapecoense para a Série B, confirmado na última quarta-feira, justamente na semana em que a tragédia completa três anos, gerará uma queda brusca no faturamento anual do clube, e consequentemente ocasiona uma preocupação com o cumprimento dos pagamentos das ações.
Para piorar, o Verdão já passa por uma situação complexa em suas finanças, com atrasos salariais que chegam a sete meses do direito de imagem dos atletas. Em 2020, com uma realidade orçamentária menor, o clube precisará se adequar.
Os saldos dos acordos já realizados foram divididos no prazo de cinco a dez anos para pagamento total. Segundo o clube, os valores não podem ser expostos sob pena de multa.
Atrasos nos pagamentos dos acordos podem onerar ainda mais os cofres alviverdes, isso porque cada uma das ações com desfecho amigável tem uma cláusula que estipula cerca de 30% de multa caso o valor não seja quitado.
- O rebaixamento diminuiu a entrada de valores, contudo, não altera nossa programação e aquilo que pactuamos. Faremos todo o esforço necessário para cumprir e acertar aqueles que faltam. Buscaremos apoio de toda a sociedade para isto e temos convicção de que conseguiremos - disse o vice-presidente jurídico do clube, Ilan Bortoluzzi Nazário.
A questão financeira também pode acarretar em uma maior dificuldade no fechamento de acordos nas 28 ações que ainda correm na justiça. Mesmo assim, o clube mantém a intenção de chegar a resoluções amigáveis com as partes.