Estudantes realizam protestos pelo clima em vários países para pressionar cúpula da ONU
LISBOA/SYDNEY (Reuters) - Milhares de pessoas na Austrália e em países europeus participaram de protestos nesta sexta-feira para exigir mais ações de combate à mudança climática, visando forçar líderes políticos a elaborarem soluções urgentes em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana que vem.
A ativista sueca Greta Thunberg deveria participar de uma greve de estudantes em Lisboa, mas sua viagem de barco ecologicamente correta pelo Atlântico a partir de Nova York foi atrasada em alguns dias por ventos intensos, disse ela a seguidores nas redes sociais.
Mesmo assim, o movimento estudantil de Portugal espera que milhares se unam às marchas desta sexta-feira, capitalizando a chegada iminente da ativista célebre para mobilizar as pessoas antes da cúpula da ONU em Madri entre 2 e 13 de dezembro.
"Gostaríamos que ela estivesse aqui, mas o movimento tem que continuar sem ela. Temos que dar nosso recado e pressionar os políticos antes da cúpula climática", disse Marianna Louca, de 14 anos, à Reuters.
A greve climática desta sexta-feira acontece em 2.300 cidades de 153 países, de acordo com estimativas do grupo ativista climático Friday For Future.
Em Varsóvia, ativistas, alguns com máscaras antigás, cantaram e acenaram com cartazes que diziam "Salvem nosso planeta", "O plástico infesta nossos oceanos" e "Polônia sem carvão 2030".
Em Berlim, manifestantes com trajes de natação mergulharam nas águas geladas do rio Spree segurando uma caixa branca na tentativa simbólica de resgatar o pacote anti-mudança climática do governo.
Ativistas protestaram em filiais da Amazon AMZN.O de toda a França, aproveitando o frenesi anual de compras da Black Friday para denunciar o que dizem ser o efeito destrutivo do consumismo desenfreado, uma reação ao evento motivada em parte por preocupações ambientais.
Ao entardecer, várias dezenas de manifestantes realizaram uma ocupação diante de um edifício da Amazon em Clichy, um distrito de Paris, erguendo um cartaz com os dizeres "Não à Amazon e seu mundo".
Na Austrália, estudantes de Sydney e outras cidades grandes deixaram as salas de aula, dizendo que mais precisa ser feito para combater a crise de incêndios florestais do país, que muitos veem como um resultado da mudança climática.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, rejeitou as insinuações de que seu governo não está fazendo o suficiente para conter a mudança climática.
(Por Colin Packham e Victoria Waldersee)