Premiê do Iraque anuncia renúncia, em meio a violentos protestos
O Irã e facções aliadas ao país persa no Iraque culparam os EUA por fomentarem esta confusão
by Folha VitóriaO primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul-Mahdi, afirmou nesta sexta-feira que entregará sua renúncia ao Parlamento, em resposta a duras críticas do principal clérigo do país, o aiatolá Ali al-Sistani, que se seguiram a um dos dias mais mortíferos de manifestações contra o governo. Mais cedo, al-Sistani havia questionado o modo como o governo lida com os recentes protestos nas ruas e pediu ao Parlamento iraquiano que agisse para impedir que o país rumasse para "o caos violento e a destruição".
Horas após as declarações do clérigo, o escritório de Abdul-Mahdi emitiu um comunicado. "Em resposta ao pedido [do aiatolá] eu apresentarei ao Parlamento um requerimento formal para renunciar". Os protestos, que começaram há quase dois meses, têm assolado o país e levado a divergências entre potências com envolvimento no futuro iraquiano.
Na quinta-feira, pelo menos 33 pessoas foram mortas em Nassíria, sul do país, quando forças de segurança agiram para dispersar protestos com gás lacrimogêneo, munição de verdade e bombas de efeito moral. Outras 16 pessoas foram mortas após manifestantes invadirem e atearem fogo ao consulado iraniano na cidade sagrada de Najaf. O Irã e facções aliadas ao país persa no Iraque culparam os EUA por fomentarem esta confusão.
Com as mortes da quinta-feira, subiu a mais de 350 o número de mortos desde o início dos protestos, segundo a comissão independente de direitos humanos do país. Com a notícia da renúncia do premiê, houve festas em Bagdá, na Praça Tahrir, epicentro dos protestos. Fonte: Dow Jones Newswires.