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Foto: Divulgação / Pexel

Vírus da conjuntivite pode evoluir causando infecção da via respiratória

Bebê de um ano e dez meses foi infectado pela doença na forma viral e quadro evoluiu para pneumonia

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Nesta semana, três casos de conjuntivite viral foram registrados no Centro Municipal de Educação Infantil Zenaide Genoveva, no bairro Jardim da Penha, em Vitória. Uma das crianças infectadas foi um bebê de 1 ano e dez meses, que além da conjuntivite, também teve pneumonia causada pelo mesmo vírus.

"Nós achávamos que era uma simples conjuntivite, mas quando notamos ele tava com muita secreção nas mucosas. Fomos ao Pronto Atendimento e Derick foi medicado, mas mesmo assim não melhorava, por isso, marcamos um oftalmologista, que trocou a medicação, que também não adiantou", disse Karla, mãe de bebê de 1 ano e 10 meses.

Em alguns casos, a inflamação é tão intensa que leva a formação de uma película sobre os olhos, que impede que o medicamento, no caso, o colírio, penetre e trate a doença.

O bebê teve uma conjuntivite causada por vírus e precisou realizar um procedimento de raspagem da membrana para tratar. O cirurgião oftalmológico César Ronaldo Filho, explica que por conta da evolução do quadro a visão do paciente pode ser prejudicada e, em casos extremos, sem o devido tratamento, levar a cegueira.

Crianças infectadas

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Vitória foi procurada para esclarecimentos e informou, por meio de nota, que Agentes estiveram na escola, na manhã da quarta-feira (27) para fazer as orientações necessárias sobre a doença, e que não haviam registros de atendimento de conjuntivite dessas crianças na rede de saúde do município.

Segundo a Semus também não há surtos de conjuntivite em Vitória até o momento. Porém, destaca que durante a primavera a doença tende a se manifestar, porque o tempo mais seco e com baixa umidade do ar favorecem a disseminação do vírus, e são mais frequentes os registros das conjuntivites acusadas por reações alérgicas aos resíduos que flutuam pela atmosfera, como poeira, ácaro e pólen.

De acordo com o oftalmologista Caetano Bellote Filho, os sintomas são bem característicos. "Normalmente, surge coceira, lacrimejamento, ardência e olhos vermelhos, além de sensibilidade à luz, a chamada fotofobia. Sendo a coceira o sintoma mais evidente".

O problema, de acordo com o médico, é mais comum em crianças porque elas têm o hábito de colocar as mãos nos olhos com frequência e, se a mão estiver contaminada, o risco aumenta. Bellote Filho destaca ainda que, nas crianças, normalmente, a conjuntivite alérgica vem associada a outras alergias, como a rinite.

Dados

De janeiro até o momento foram registradas na rede Semus 416 casos de conjuntivite viral e 1616 casos de conjuntivite não especificada.

*Com informações da repórter da TV Vitória, Renata Zacaroni