Da Amadora para o RIO
by Carlos RodriguesDurante a homenagem na Câmara da cidade, Jesus bem perguntou, à esquerda e à direita: "Então e o hino de Portugal?"A bandeira das quinas ostentada pelo treinador não chegou para aproximar os países irmãos.
Foi no edifício da Câmara Municipal do Rio de Janeiro que Jorge Jesus foi menosprezado pela última vez no Brasil. O preconceito anti-português que atravessa a sociedade brasileira manifestou-se desde o exato momento em que o treinador foi contratado pelo Flamengo. Esse discurso chegou a ser maioritário nos principais meios de comunicação do país. Só à conta do sucesso que se foi acumulando, e, no final, da glória sem fim, é que o futebol brasileiro teve de engolir o português nascido há 65 anos na Amadora.
Menos de 24 horas depois de milhões de adeptos celebrarem o triunfo com a euforia que só os brasileiros sabem emprestar à vida, Jesus foi homenageado na Câmara. Chegamos, então, ao Palácio Ernesto, sede do poder autárquico da maior cidade brasileira, segunda-feira à tarde. Jesus vai ser cidadão honorário do Rio de Janeiro, sinal de reconhecimento pela glória a que conseguiu elevar um dos maiores clubes da cidade.
Ao entrar para o edifício, o aplauso parecia marcar a reconciliação final com o treinador. Seguiu-se o hino brasileiro, e depois nada. Começaram de imediato os discursos. Nesse breve hiato, entre uma coisa e outra, Jorge Jesus ainda pergunta para o lado, ao presidente do clube, e depois para a outra ponta da mesa. E o hino português? Eis a frase que se pressente na leitura dos lábios, na reportagem da CMTV no local.
O português mais importante da História do futebol brasileiro conseguiu ser homenageado sem que o hino nacional ecoasse na sala. Breves segundos de imagens. Síntese de décadas de História.
Futuro da TVI
Fátima Lopes é a melhor apresentadora de entretenimento da TVI. O combate que dá à SIC mostra como nem todos os melhores da estação se rendem à falta de clareza estratégica que contamina os decisores. Fátima Lopes já ganhou o direito de ser peça-chave em qualquer projeto sensato para o futuro da TVI.
RTP corrige o tiro
Faz todo o sentido a nova linha de apostas da RTP em ficção, apresentada publicamente pelo diretor de Programas, pelo presidente da estação e pelo secretário de Estado, Nuno Artur Silva, responsável pelo fracasso total da estratégia anterior. Serão 13 telefilmes que prometem ir à procura de público - única forma de a RTP justificar a aposta.
Apostas falhadas
Novembro fecha com as grandes tendências cada vez mais consolidadas. A_SIC_paira acima dos 20%, a ganhar praticamente todos os dias e em todos os horários. A RTP1 cada vez mais perto da TVI, num duelo que se avizinha duro. Este mês, é o Benfica na Champions que salva a TVI do último lugar, algo impensável há pouco tempo. E já é possível fazer um balanço das apostas recentes da TVI com um certo grau de objetividade: nenhuma rendeu frutos, seja por falta de qualidade, seja por erro na escolha do horário de emissão, como o Mental Samurai.
Vai cair o mito?
Vai ser interessante verificar a performance do chef Ljubomir, de regresso à TVI já este fim de semana. Até agora, sempre que apareceu em grelha arrasou a concorrência. Nesta fase da estação, porém, o mais certo é que também ele se desgaste e acabe por perder a aura de invencibilidade. Mas ir à luta, só por si, é um ato de coragem que deve ser sublinhado antes mesmo de chegar o veredicto das audiências.