https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/11/Untitled-17-2.jpg

Bolívia cancela decreto de excludente de ilicitude por repressão a protestos

by

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez. Foto: AIZAR RALDES / AFP

‘Esta determinação foi adotada graças a Deus’, justificou a presidente interina, Jeanine Áñez

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, cancelou, nesta quinta-feira 28, o excludente de ilicitude envolvendo os militares que participam da preservação da ordem pública, após o arrefecimento dos protestos que sacudiram o país.

“Decidimos anular o decreto 4078. Esta determinação foi adotada graças a Deus e à compreensão de todos os setores do país em favor da ansiada pacificação” da Bolívia, disse Áñez em mensagem à Nação.

CartaCapital precisa de você para continuar fazendo um jornalismo que vigia a fronteira entre a civilização e a barbárie.

Um jornalismo que fiscaliza o poder em todas as suas dimensões.

Sua luta é a nossa luta.

Seja Sócio CartaCapital. A democracia agradece.

SEJA SÓCIO

➤ Leia também:
   •  Dito provisório, novo governo persegue opositores na Bolívia
   •  Em meio a crise severa, Senado aprova novas eleições na Bolívia
   •  Número de mortos na Bolívia vai a 32; Evo Morales denuncia genocídio

O decreto, que vigorou de 13 de novembro até esta quinta-feira, “isentava de responsabilidade penal” policiais e militares “no cumprimento de suas funções constitucionais atuando em legítima defesa ou em estado de necessidade”.

Ao anular o decreto, Áñez agradeceu às Forças Armadas, “em nome da democracia, por sua decidida e oportuna participação que evitou maiores atos de vandalismo e confrontação”.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da OEA, havia qualificado de “grave” o decreto, por ignorar os padrões internacionais de direitos humanos e estimular a repressão violenta.

Os protestos deflagrados após a polêmica reeleição de Evo Morales, em outubro, e agravados depois de sua renúncia e asilo no México deixaram 33 mortos e centenas de feridos na Bolívia.

O retorno à calma no país foi possível graças a negociações entre o governo interino e os movimentos sociais, incluindo sindicatos de camponeses e mineiros leais a Morales.

O governo interino deve convocar eleições gerais para breve, após a reestruturação do Tribunal Supremo Eleitoral.

Muito obrigado por ter chegado até aqui...

... Mas não se vá ainda. Ajude-nos a manter de pé o trabalho de CartaCapital.

O jornalismo vigia a fronteira entre a civilização e a barbárie. Fiscaliza o poder em todas as suas dimensões. Está a serviço da democracia e da diversidade de opinião, contra a escuridão do autoritarismo do pensamento único, da ignorância e da brutalidade. Há 25 anos CartaCapital exercita o espírito crítico, fiel à verdade factual, atenta ao compromisso de fiscalizar o poder onde quer que ele se manifeste.

Nunca antes o jornalismo se fez tão necessário e nunca dependeu tanto da contribuição de cada um dos leitores. Seja Sócio CartaCapital, assine, contribua com um veículo dedicado a produzir diariamente uma informação de qualidade, profunda e analítica. A democracia agradece.

Aproveite nossas condições de Black Friday: assinando qualquer modalidade anual ou bianual, você ganha +3 meses de edições, um par de ingressos de cinema e uma ecobag!

SEJA SÓCIO

Carregando...